4 transportes do futuro (próximo) para cidades inteligentes

Drones, trens de alta velocidade, ônibus autônomos… O que o futuro nos reserva quando o assunto é mobilidade?

Por Redação em 31 de março de 2022 5 minutos de leitura

transportes do futuro

Quais são os transportes do futuro que iremos usar em 2050? E em 2030? O futuro próximo das cidades inteligentes passa diretamente pela mobilidade e pelo transporte. E as tendências apontam que este será mais elétrico, autônomo, digital e eficiente.

Muitos dos transportes do futuro já estão em fases de testes, o que significa que estamos mais próximos de usá-los do que muitos imaginam. Confira a seguir os quatro modelos de transporte que poderão mudar a nossa forma de habitar as cidades nos próximos anos:

1. Veículos autônomos

Foto: zoox.com/press/

Os veículos que “se dirigem sozinhos” são uma aposta de boa parte da indústria automotiva. Atualmente, todas as grandes montadoras têm pelo menos uma unidade interna trabalhando no assunto ou estão investindo em startups com esse foco. 

Nos Estados Unidos, a Zoox e a Waymo já estão em testes em algumas cidades como São Francisco e Dallas. Esses veículos operam no chamado “nível 4” de automação, que significa que eles realmente não precisam de humanos no volante. Segundo a consultoria Ernest and Young, esse tipo de automação deve entrar de vez no mercado em 2030

Para as cidades, o uso dessa tecnologia autônoma nos transportes do futuro coletivos é o maior benefício, já que um veículo individual, mesmo que autônomo, ocupa espaço nas ruas, podendo até gerar ainda mais tráfego, segundo alguns especialistas, por “facilitar” o uso dos automóveis. 

De olho nessa questão, algumas empresas estão tentando criar ônibus e mini-vans autônomos. É o caso da Intel, que criou uma área para esse fim e promete entregar o primeiro ônibus autônomo em 2024. Na Suíça, a Trapeze Switzerland está testando um micro-ônibus sem motorista que busca e deixa passageiros diretamente em casa.  “Isso é disruptivo porque hoje há um ponto cego no transporte público – as rotas da sua casa ao polo de transporte mais próximo nem sempre são servidas por transporte público”, explicou o CEO da Trapeze Switzerland Peter Schnek à BBC

Em Dubai, está sendo testado o Next – um sistema de transporte elétrico e autônomo modular, que consegue acoplar vários veículos em um só para fazer transporte de pessoas ou cargas. O e-bus usa 80% menos espaço do que um ônibus convencional e consegue acoplar e desacoplar entre 4 e 15 unidades, permitindo que o transporte público seja mais flexível.

2. Entrega via drones

Entre os transportes do futuro, a direção autônoma também chega às entregas… e pelos ares. Os robôs e drones podem mudar a dinâmica do trânsito nas cidades, uma vez que diminuem a circulação de veículos que fazem o trecho denominado last mile, ou seja, a “última milha” do trajeto dos produtos até a casa do consumidor. No Brasil, o iFood e a SpeedBird já receberam o aval da Anac para operar a entrega via drones. Nos Estados Unidos, a Zipline está usando drones para entregar remédios em menos de 15 minutos para residentes do subúrbio de Charlotte, na Carolina do Norte. Já na Austrália, o Google, por meio da Wing, está usando drones para fazer entregas em até três minutos. A empresa especializada em entrega de carga por drones já fez mais de 2,5 mil deliveries de sushis, sorvetes e cafés. Como a maioria dos voos dura apenas alguns minutos, esses itens que dependem de temperaturas específicas são melhor preservados. 

Embora os drones de entrega ainda tenham limitações físicas e de peso da carga, já existem testes de modelos que conseguem levantar até 200 quilos. Atualmente, a maioria consegue carregar até 5 quilos. 

O tamanho das rotas também é limitado pela vida útil da bateria dos aparelhos. A entrada de gigantes do comércio como a Amazon e a Walmart, em empresas de delivery por drones, aponta para a aceleração da pesquisa nessa tecnologia. A expectativa é que antes de 2030 já haja drones voando para entregar pacotes nas grandes cidades. 

3. eVTOL

As aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical são, talvez, o mais próximo que teremos dos carros voadores no médio prazo. Os mini-helicópteros, ou veículos elétricos voadores, são capazes de decolar e pousar na vertical nos chamados “vertiportos” – um espaço menor do que os helipontos e aeroportos pequenos. No final do ano passado, a Embraer começou a testar uma rota para o seu eVTOL no Rio de Janeiro, em um trecho entre o aeroporto Tom Jobim e a Barra da Tijuca, com um helicóptero, mas, em breve, a operação será realizada pelo “carro voador”. O pedido de autorização para operar o carro voador no Brasil já foi feito à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). 

A Embraer também já tem iniciativas deste tipo em outros países. De acordo com a CNN, em dezembro do ano passado a Eve (da Embraer) e a Sydney Seaplanes, empresa da Austrália, anunciaram uma parceria para iniciar a implantação de operações de táxi aéreo elétrico na cidade de Sydney, com uma encomenda inicial de 50 aeronaves a ser entregue a partir de 2026. 

As limitações da tecnologia, assim como na dos drones de entrega, reside na vida útil da bateria. Por enquanto, a maioria pode voar por cerca de meia hora. Alguns, como o caso do Volocopter, produzido na Alemanha, consegue chegar a uma velocidade de 110 quilômetros por hora. Já a alemã Lillium espera fazer suas aeronaves terem um alcance de 300 quilômetros. 

4. Hyperloop 

De todos os meios de transporte citados, o Hyperloop é o que comporta mais pessoas. Trata-se de um trem ultrarrápido, com velocidade de até 1,2 mil km/h, que utiliza a resistência do ar para funcionar. Construído em um sistema selado de tubos, ele atinge a velocidade do trem ultrarrápido de Tóquio, mas sem propagar o mesmo barulho. O diâmetro dos tubos é menor do que um trem habitual, mas ainda assim, comporta tantas pessoas quanto um metrô. 

A tecnologia do Hyperloop está sendo validada em vários países, entre eles os Estados Unidos, Emirados Árabes, Alemanha e Índia. Há também uma iniciativa na Suíça para fazer a rota entre duas cidades, além de uma área de testes em grande escala em Toulouse, na França, feitos pela Hyperloop TT.  No Brasil, a Hyperloop TT já fez estudos de viabilidade e indicou que é possível construir os primeiros meios entre as cidades de Caxias de Sul e de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O percurso de 130 quilômetros poderia ser feito em cerca de 20 minutos, com direito a paradas em Novo Hamburgo e Gramado. A tecnologia ainda está em vias de teste e existem muitas questões a serem consideradas com relação à segurança e a viabilidade de uma operação em massa. Mas, até 2050, tudo pode mudar e os transportes do futuro podem surpreender!