5 tendências de tecnologia que podem transformar as cidades

Conheça as tendências de tecnologia de 2022 que vão mudar (ou já estão mudando!) os espaços urbanos em todo o mundo.

Por Redação em 18 de fevereiro de 2022 4 minutos de leitura

Blockchain, 5G e carros autônomos são exemplos de termos que enchem as páginas e os relatórios de tendências de tecnologia. Muito além de tech trends, eles serão – e em muitos casos já são – instrumentos de transformação da forma como as cidades são pensadas e habitadas. 

O 5G, por exemplo, já pode ser recebido por 35 cidades brasileiras, enquanto os digital twins  (link para a matéria) estão no vocabulário do mercado da arquitetura e construção. Das mais a menos conhecidas, essas são as 5 principais tendências sob a perspectiva dos espaços urbanos.

1. 5G está entre as tendências de tecnologia

O que é: A nova rede de conexão para mobile promete internet entre 10 e 100 vezes mais rápida para os celulares e dispositivos móveis. Mas o mais importante é a capacidade do 5G em diminuir a latência, ou seja, o tempo de resposta entre a rede e o aparelho. Enquanto a latência média do 4G é de 69 milissegundos, a do 5G promete algo entre 1 e 2 milissegundos. Na prática, isso significa que aparelhos como um carro autônomo ou um dispositivo de realidade virtual terão resposta rápida. Muitos chamaram o 4G de “a rede dos aplicativos”, já que foi usando esta conexão que os apps conseguiram crescer e os usuários conseguiram utilizá-los em larga escala. O 5G, por sua vez, está sendo chamado de “a rede da Internet das Coisas (IoT)”. 

Como pode impactar as cidades: A baixa latência significa que uma rede pode se conectar com mais devices de maneira mais rápida. Os casos para uso no planejamento urbano e até na infraestrutura são muitos. Monitoramento dos níveis de água, de energia, gerenciamento de coleta de lixo e até de estacionamentos podem ser feitos por meio de sensores de IoT e conexão 5G. Para gestão do tráfego, por exemplo, o 5G pode significar a resposta imediata da rede para algum acidente ou análise de dados dos bairros em tempo real para remanejamento do trânsito de veículos, turbinando as cidades inteligentes

2. Blockchain é destaque entre as tendências de tecnologia na migração para o mundo digital

O que é: Tecnologia que está por trás do funcionamento das criptomoedas e cripto ativos, o blockchain funciona como um bloco de dados compartilhados que computa as transações dos usuários digitalmente e em tempo real. O fato de estar em rede significa que essas transações são descentralizadas, já que não precisam ir para um computador central que autoriza toda a operação. Tudo é organizado em cadeia. Dessa forma, o blockchain pode ser usado não só para autorizar transações financeiras, mas qualquer tipo de troca digital. 

Como pode impactar: Com a migração da vida para o mundo digital, as criptomoedas e cripto ativos ganharam força para se tornar uma moeda digital sem fronteiras. Em um espaço urbano, diretamente, o blockchain já está sendo usado para algo menos “hypado” que o NFT (sigla em inglês para non-fungible token, em português – token não fungível) ou o metaverso: autenticação de contratos. No Brasil, quase 200 mil contratos já foram identificados usando o blockchain. O processo pode ser feito em segundos e serve para uma diversidade de contratos, inclusive de compra e venda de imóveis. Na logística, o blockchain pode ser usado para criar jornadas mais rápidas de identificação e comprovação de dados, no caso de um sistema de identificação para estudantes em escolas, como está sendo usado em Dubai. 

3. Low Code/No Code, tendências de tecnologia libertadoras

O que é: Criar programas que automatizam o que o usuário precisa, sem a necessidade de criar, de fato, uma linha de código. É isso que a tecnologia low code/no code promete aos usuários. A tendência já chegou aos usuários finais em aplicativos como o Canva ou o WordPress e, no próximo ano, deve chegar cada vez mais perto de governos e do mercado Business to Business (B2B). 

Como pode impactar: Com a falta de profissionais de tecnologia no Brasil (e no mundo), as cidades podem ganhar muito adotando plataformas low code. Um exemplo é a SAP que está usando low code para ajudar cidades africanas a criarem seus próprios aplicativos de gestão, voltados para os cidadãos. A cidade de Roterdã também se valeu do low code para criar um app para estacionamento. 

4. Digital Twin, do real para o virtual

O que é: Para quem trabalha no mundo da arquitetura, construção ou até na indústria de infraestrutura, o termo parece até antigo, já que é a forma usada para fazer as réplicas digitais de como serão os modelos físicos. Mas ele ganhou novos contornos com a possibilidade de se conectar a sensores e a dados em tempo real.  

Como pode impactar: Na Consumer Electronics Show 2022 (CES), realizada em Las Vegas, eles testaram criar um digital twin “turbinado” do bairro em volta dos arredores da feira. Um modelo completo de uma seção de sete quilômetros quadrados em volta do bairro foi criado, e, ali, dados de uso de energia, tráfego, barulho foram integrados…Tudo isso conectado com dispositivos dotados de internet 5G. Assim, é possível modelar como futuros eventos poderiam ser respondidos no cenário baseado em dados reais, planejando a ação no mundo físico.

5. Carros autônomos, tecnologia longe de ser adotada em massa, mas a caminho

O que é: Automóveis que usam inteligência artificial para se guiarem sem ajuda dos motoristas. De toda a lista, talvez essa seja a tecnologia que está mais longe de ser adotada em massa. Empresas como a Waymo e outras 79 já estão em testes pilotos em cidades norte-americanas. Mas ainda há um caminho sinuoso até que a tecnologia chegue completamente para os usuários finais. 
Como pode impactar: Se não há promessa para carros completamente autônomos em 2022, existe uma tecnologia presente nesses veículos que tem uso para as cidades: o LiDAR, ou Light Detection and Ranging. Tratam-se de sensores que captam dados – como geolocalização, imagens, radar espacial e velocidade – em baixa luz. Eles são utilizados para trazer informações para que os algoritmos consigam dirigir os carros. Em cidades, o LiDAR pode ser utilizado para ampliar a gama de informações que os gestores têm sobre os movimentos e acontecimentos nos espaços. Já que conseguem operar em baixa luz, podem também ser um fator decisivo para sistemas de segurança. O uso do LiDAR e do sistema de lasers para captar atividade embaixo da terra, ajudando no planejamento de obras e construções em espaços inacessíveis, também já é cogitado.