Algoritmo detecta terremotos apesar dos barulhos da cidade

O som das cidades é absorvido e entendido por Inteligência Artificial, possibilitando um tempo de resposta maior em caso de terremotos.

Por Redação em 13 de maio de 2022 2 minutos de leitura

O barulho da cidade é uma inconveniência para os moradores e também traz complicações para os sistemas de monitoramento de acidentes, principalmente de terremotos e maremotos, já que o som acaba se sobrepondo à vibração da terra, confundindo os sismógrafos. Para mudar esse cenário, pesquisadores de Stanford estão usando inteligência artificial.

O algoritmo, chamado UrbanDenoiser, consegue filtrar o barulho da cidade e entender quais são, de fato, as vibrações que indicam perigo. Ao filtrar o ruído sísmico de fundo, ele pode aumentar a qualidade geral do sinal e recuperar sinais que antes eram muito fracos para serem registrados.

Cidades resilientes contra terremotos

Os sensores sísmicos usados pelas principais cidades do mundo medem as vibrações da terra. Muitas vezes, os especialistas acabam descartando a ameaça de terremotos por acreditarem que certas vibrações acontecem devido aos barulhos da cidade. Já o algoritmo UrbanDenoiser foi treinado para entender e captar essa diferença. 

Com isso, as cidades podem se preparar para os desastres. O que pode fazer toda diferença quando se fala em resiliência e em manter os cidadãos seguros. Em caso de cidades que estão em áreas de risco de terremotos, como é o caso da Cidade do México, ou de Tóquio, a Inteligência Artificial pode também ser usada para compreender os padrões da região e analisar, no detalhe, quando eles saem do “normal”. 

Rapidez na resposta

Os algoritmos de deep learning (um tipo de inteligência artificial) são particularmente úteis para o monitoramento de terremotos porque podem aliviar o fardo dos sismólogos humanos, diz a sismóloga da Royal Holloway University de Londres Paula Koelemeijer, em entrevista ao MIT Technology Review.

No passado, os sismólogos observavam gráficos produzidos por sensores que registram o movimento do solo durante um terremoto e identificavam padrões pela visão. Os algoritmos podem tornar esse processo mais rápido e preciso, ajudando a reduzir grandes volumes de dados, diz Koelemeijer.