Os painéis solares que estão se tornando cada vez mais presentes em casas e prédios pelo Brasil trazem um grande desafio para o cidadão comum: gerenciar a energia excedente. Muitas vezes, os espaços produzem mais energia que as casas conseguem utilizar, mas não o bastante que justifique a venda no mercado. Um condomínio residencial nos Estados Unidos está utilizando tecnologia para ultrapassar esse problema a partir do compartilhamento de energia solar entre vizinhos.
Localizado em Orlando, na Flórida, o conjunto residencial vai utilizar o “SolShare” – uma pequena rede elétrica entre os painéis solares. Assim, a energia elétrica gerada em um grid pode ser distribuída fisicamente entre casas. “A diferença aqui é que estamos falando de uma distribuição física da eletricidade”, disse à Fast Company, uma das executivas responsáveis pela SolShare, Mel Bergsneider.
IoT solar

O condomínio em questão tem quase 300 casas e não precisará ter painéis em todas elas. Apenas 20% das residências irão gerar energia elétrica, que poderá ser compartilhada entre os vizinhos. A tecnologia da SolarShare utiliza sistemas inteligentes e via conexão para poder entender como o compartilhamento de energia acontece.
“A tecnologia consegue ‘ver’, por assim dizer, se alguém está usando um secador de cabelo na casa ‘A’ ou se o pessoal da ‘B’ saiu de férias e precisa de pouca energia para manter aparelhos funcionando”, explicou a executiva. Em outras palavras, o sistema é mais eficiente e consegue distribuir a energia de acordo com a demanda das casas vizinhas.
Dessa forma, a infraestrutura elétrica do condomínio ganha eficiência, já que a energia é voltada para o lugar onde está sendo usada. Além disso, o aplicativo dá transparência para o uso (escasso ou excessivo) da eletricidade.
Energia solar local

O sistema da SolShare também permite, em tese, a venda do excesso de energia para os vizinhos mais próximos e possibilita que cada usuário gerencie essa comercialização de forma rápida. No caso do condomínio da Flórida, no entanto, os painéis serão instalados pela própria construtora e a energia será dividida. A expectativa é que as moradias consigam consumir unicamente a energia produzida no próprio condomínio.
Além disso, os painéis serão construídos diretamente nas casas e ligados entre si, sem conexão com o quadro geral do condomínio, para evitar perdas na transmissão da energia solar. Segundo Bergsneider, essa é uma forma de ter mais retorno para o excesso de energia gerado pelas casas.