Criptomoedas para cidades já é uma realidade

Veja os exemplos de municípios que já adotam ou têm projetos para usar criptomoedas.

Por Redação em 24 de março de 2022 3 minutos de leitura

criptomoedas para cidades

Miami, Nova Iorque e Rio de Janeiro têm uma coisa em comum: a bitcoin. As três cidades já possuem ou estão com projetos para colocar os criptoativos em suas carteiras de serviços para os cidadãos, dando o norte de como as criptomoedas podem ser usadas pelos municípios.

Mais do que apenas uma forma digital de pagamento, elas também podem ser usadas pelas cidades como títulos, possibilitando emissão de criptomoedas e ativos em cripto. E é o caso das três cidades citadas, que já estão experimentando como transformar os criptoativos em receita extra.

Criptomoeda para as cidades: Miami foi a primeira

Miami, nos Estados Unidos, foi a primeira cidade a emitir sua própria moeda digital, a MiamiCoin, lançada em parceria com a organização CityCoins – um protocolo de código aberto que fornece mecanismos de captação de recursos digitais para as cidades. A partir desse protocolo, a cidade consegue ganhar não só com a flutuação dos ativos, como também na mineração deles, ou seja, no processo de criação.

O modelo de negócios consiste em 30% dos prêmios da mineração das criptomoedas serem direcionados para a custódia da cidade e 70% para as pessoas que optam por comprar ou vender os ativos. De acordo com o prefeito de Miami, Francis Suarez, a moeda digital já levantou um pouco mais de US$ 5 milhões diretamente para a Prefeitura desde que foi lançada, na metade de 2021. Recentemente, o prefeito anunciou que irá usar o dinheiro para financiar um programa de assistência de aluguel e atacar os problemas de déficit habitacional. 

A prefeitura de Miami já foi até mais longe no uso da tecnologia: vai criar Organizações Autônomas Descentralizadas (DAO) para sua critpomoeda. A partir disso, será possível criar regras de governança, segundo as quais as pessoas que detiverem a MiamiCoin poderão votar sobre como os recursos levantados pelo ativo deverão ser usados na cidade. 

Nova Iorque seguiu o exemplo de Miami

O novo prefeito de Nova Iorque, Eric Adams, também é um entusiasta das criptomoedas. Tanto que, neste ano, ele converteu seu primeiro salário da prefeitura em Ethereum e Bitcoins, duas das criptomoedas mais conhecidas do mercado.

Com base no exemplo de Miami, ele seguiu o mesmo caminho. Ou melhor, o mesmo protocolo. Nova Iorque acertou com o City Coins de criar a NYCCoin. Dessa forma, os cidadãos poderão apoiar a cidade por meio de compra ou mineração da criptomoeda. Depois, parte dos fundos levantados será enviada para o município. 

A mineração, processo que valida as criptomoedas na blockchain, dando valor e segurança ao criptoativo, começou no ano passado. 

Criptomoedas para cidades pode chegar ao Rio de Janeiro

rio de janeiro

No Brasil, o modelo de critpoativos da cidade será seguido pelo Rio de Janeiro. A “CarioCoin” ainda está em processo de análise, o que significa que a prefeitura ainda não sabe se vai criar seu próprio ativo ou se vai atrelá-lo a criptomoedas já existentes, como a bitcoin ou a BRZ. 

Em entrevista ao Panorama Crypto, o secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação do Rio de Janeiro, Chicão Bulhões, informou que a cidade também está pesquisando uma forma de usar NFTs e outros tipos de critpoativos, como maneira de criar novas fontes de receita para a capital fluminense. 

Criptoativos: quem tem limite é município

Para toda nova tecnologia, no entanto, existem alguns riscos. No caso dos criptoativos, segundo especialistas, as ameaças estão na volatilidade dos papéis e na falta de regras para esse mercado. 

O valor da  MiamiCoin, por exemplo, já chegou a R$ 0,26 e, hoje em dia, está próximo de R$ 0,02. E a flutuação está sendo observada de perto pela prefeitura. O prefeito da cidade, Francis Suarez, informou em entrevista ao Fox Business que não deve desistir do projeto e que, mesmo com a queda, é o volume de transações dos criptoativos que acaba fazendo a diferença na receita final.

A falta de regras, por sua vez, é um ponto sensível para a municipalidade. Por ser um protocolo aberto, o CityCoin, por exemplo, permite que pessoas de fora da cidade comprem e permaneçam com os cripto municipais. Mas o que acontece caso o ativo seja ligado a decisões de orçamento?

As respostas ainda são um desafio aos reguladores, mas terão que ser formuladas rapidamente, afinal, a tecnologia já existe e já está sendo colocada em uso.

Veja também o episódio 15 do podcast Habitability:

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