A maturidade social-empreendedora se revela nos critérios para direcionar esforços. Quais são os seus?
Por
Eduardo Fischer em 25 de outubro de 2021 2minutos de leitura
Por Eduardo Fischer (*)
A ideia de desperdício deixa um gosto amargo. Quando falamos de empreendedorismo social, ele vem na forma de potencialidades mal aproveitadas, recursos mal aplicados, ações inócuas… é como uma “frustração corporativa” com impactos institucionais e emocionais que, claro, queremos evitar.
A vivência e a observação ensinam. Atuando no mundo ESG, tenho aprendido com experiências que sempre apontam para uma questão essencial: os critérios para definir a direção dos esforços das empresas.
Considerando que o ecossistema do empreendedorismo social no Brasil está evoluindo (e rápido), algumas concepções já estão ultrapassadas: o “fazer só para cumprir tabela”; a distribuição indiscriminada de recursos; os interesses que se distanciam da dinâmica virtuosa de resultados sociais combinados a resultados de negócios.
Falta de pragmatismo e de visão estratégica estão, felizmente, caindo em desuso. Em seu lugar, entra um processo de alinhamento cada vez maior dos investimentos sociais aos negócios; e uma preocupação muito positiva em definir pautas de atuação que tenham sintonia com os propósitos da organização e de seus stakeholders.
Partindo desse contexto, e buscando uma resposta à questão dos critérios, gosto de pensar em um tripé que estabelece uma lógica abrangente: relevância, consistência e coerência. Qualquer que seja o formato adotado pelas empresas para seleção das iniciativas que apoiam, ou para desenvolvimento de iniciativas próprias, a sinergia entre esses 3 aspectos reduz a margem de erro.
A relevância se refere à capacidade da iniciativa de atender aos aspectos prioritários das agendas envolvidas – sociedade, empresa, stakeholders – de forma positiva e desejavelmente contínua. O que é mais significativo? Também se considera a pertinência dessas iniciativas à realidade das comunidades e públicos afetados: o que vai ser realmente transformador e efetivamente absorvido aqui, um projeto de educação, um aparelho urbano, capacitação profissional? A escuta e interlocução com sociedade, governos e agentes conectados às necessidades e expectativas dos locais e grupos atingidos, e a avaliação constante dos nossos impactos como negócio e das nossas possibilidades de ação e participação são vetores que impulsionam escolhas no sentido das ações relevantes.
Em termos de consistência, me refiro à estrutura das iniciativas em si. Sejam operadas interna ou externamente, pontuais ou extensivas, devem idealmente se caracterizar pela gestão profissional e eficiente, com objetivos e metas bem definidos; pela capacidade de articular e operar as ações necessárias à materialização; e por resultados verificáveis. Parece óbvio, mas bons propósitos podem se perder em deficiências de competência técnica – no fazer ou no gerir.
Sobre isso, acho importante colocar que também é foco do empreendedorismo social desenvolver essas capacidades: ao criar espaço para as pautas ESG, identificamos expoentes que, se for o caso, podem e devem ser equipados e estimulados em sua competência social-empreendedora – dentro e fora de casa. É um olhar aprofundado, para a construção de um ecossistema mais sólido.
Por fim, a coerência. A chave aqui é o alinhamento do investimento social: aos propósitos e crenças organizacionais; aos nossos recursos e talentos, ligando o know-how da empresa e sua contribuição social; à estratégia do negócio. E, por que não, à conexão emocional entre iniciativas, públicos, empresa, colaboradores, agentes envolvidos?
Afinal, estamos, sempre, falando de pessoas. De transformar seu mundo. De conquistas e melhorias que fazem a diferença. Pense nisso: muitas vezes, o equilíbrio entre relevância, consistência e coerência no empreendedorismo social tem como indicador mais evidente a sinceridade de um sorriso!
* Eduardo Fischer é CEO da MRV, empresa do grupo MRV&CO, uma plataforma habitacional composta por marcas que oferecem a solução de moradia adequada para cada necessidade e momento de vida.
O Habitability coleta dados pessoais fornecidos por você e, também, automaticamente, a partir das suas atividades de navegação.
Por padrão, as informações que você nos fornece, incluindo, eventualmente, dados que permitem a sua identificação, como acontece se você optar por receber nossa newsletter, não são conectadas às informações de navegação. Sendo assim, garantimos a você que não fazemos rastreamento individual de atividades.
Cookies estritamente necessários
Estes cookies são essenciais para que as nossas páginas funcionem adequadamente. Eles não podem ser desabilitados, pois, se forem, a disponibilização das nossas páginas ficará comprometida.
Os cookies estritamente necessários normalmente são ativados a partir de uma ação tomada pelo usuário, que equivalem a uma solicitação de serviços, como entrar em um de nossos domínios. Esses cookies não armazenam nenhuma informação pessoal identificável.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará ativar ou desativar os cookies novamente.
Cookies de terceiros
Este site usa o Google Analytics e tags de parceiros para coletar informações anônimas, como o número de visitantes do site e as páginas mais populares.
Manter esse cookie ativado nos ajuda a melhorar nosso site.
Ative primeiro os Cookies estritamente necessários para que possamos salvar suas preferências!