Habitabilidade em eixos de transportes: os avanços do Plano Diretor de São Paulo

Revisão do atual Plano Diretor de São Paulo mostra adensamento urbano ao longo dos eixos de transporte da capital

Por Redação em 11 de outubro de 2021 2 minutos de leitura

Plano diretor de São Paulo

A prefeitura de São Paulo está revisando o Plano Diretor aprovado em julho de 2014, uma etapa prevista no documento que estabelece as diretrizes de planejamento urbano da cidade. São várias fases de revisão e nem todas foram concluídas, mas os dados iniciais já apontam para mudanças importantes, entre elas o adensamento habitacional ao longo dos eixos de transporte da cidade. E mais: esse fenômeno não está restrito aos bairros tradicionalmente atrativos para o lançamento de projetos residenciais verticais, como Pinheiros e Moema. A tendência chegou às regiões como Vila Matilde, que é atendida por três estações de metrô, além da Radial Leste, uma das principais artérias da capital.

O cenário de Vila Matilde exemplifica bem a tendência identificada de adensamento construtivo, demográfico e de atividades urbanas nos eixos de estruturação urbana, que são como a prefeitura chama as áreas da cidade onde existem sistemas de transportes de alta e média capacidade. De acordo com a reportagem do jornal Folha de São Paulo, a região foi a quinta maior em volume de lançamentos habitacionais por metro quadrado no período de 2014-2020. Outros locais periféricos como São Lucas e Cidade Ademar também estão ao lado dos bairros tradicionais na lista dos top 10 em volume de lançamentos no período.

Oferta de imóveis de interesse social aumentou entre 2014 e 2020

A Cidade Patriarca (que está na microrregião da Vila Matilde) é outro destaque fora do centro da metrópole que passa pela mesma transformação. Trata-se de uma área arborizada e que costuma ter casas com grandes quintais. Segundo a reportagem do UOL, esse perfil tem sido mudado e as residências com grande área têm cedido espaço para projetos verticais. São empreendimentos imobiliários que variam de médio porte a projetos de microapartamentos, sem garagem. O movimento nesse e em outros bairros pode ser resumido em números: os lançamentos imobiliários ativados ao longo dos eixos de transporte eram 10% de todos os lançamentos em 2014 e saltaram para 33% em 2020.

Além do adensamento ao longo dos eixos de transporte, a revisão do Plano Diretor identificou o aumento da oferta de Habitação de Interesse Social (HIS) em regiões de melhor infraestrutura e com a utilização de novos parâmetros nas edificações, o que incentiva a fruição pública, fachadas ativas e ampliação de calçadas.

De acordo com a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, que coordena a revisão do Plano Diretor de São Paulo, o documento atual é válido até 2029, mas a própria lei que o criou determina que o executivo faça uma revisão das estratégias e diretrizes desta legislação urbanística.