Política habitacional pode destravar o S, do ESG

Reino Unido lança manual para destravar o S, do ESG, por meio de associações e políticas habitacionais

Por Redação em 25 de janeiro de 2022 2 minutos de leitura

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É possível combinar políticas habitacionais com responsabilidade social? A resposta é sim, em atendimento ao S, da sigla ESG, que envolve as ações de sustentabilidade, responsabilidade social e governança. Um exemplo dessa integração é o recente relatório The Sustainability Reporting Standard for Social Housing, lançado no Reino Unido. 

Segundo Evelyn Chapman, especialista da consultoria Monarch Partnership, o setor de habitação social confia na presunção de que preenche os requisitos ESG por ter um impacto social inato. “Mas, até recentemente, não havia uma estrutura ou padrões claros para medir ou relatar fatores ESG”, argumenta a especialista, destacando o relatório acima citado. Evelyn informa que o documento oferece uma abordagem consistente e seu objetivo é apoiar e aumentar o investimento do setor privado em habitação de interesse social.

Associações são essenciais para avanço do S, do ESG

No caso do Reino Unido, ela destaca que a habitação social precisa de apoio financeiro porque os países que o integram estão passando por uma crise imobiliária. “Embora a população, os preços dos imóveis e as taxas de aluguel tenham crescido rapidamente, os salários estagnaram e menos casas estão sendo construídas. Isso resultou em um mercado inflado que bloqueia muitos dos proprietários de casas e aprisiona famílias de baixa renda em condições de vida precárias”, detalha.

Ela lembra que a diferença de riqueza continua a aumentar à medida que alguns proprietários lucram com o aumento do valor da propriedade, enquanto uma porcentagem cada vez maior luta para comprar uma casa decente. Isso teria culminado em um recente aumento da falta de moradia no Reino Unido, um problema que não foi ajudado pela pandemia de Covid. 

Para Evelyn, o estoque atual não pode ser ignorado, mas as imóveis alvo de habitação social necessitam urgente de reformas, as quais incluem, por exemplo, a maior eficiência energética e métodos de aquecimento com baixo teor de carbono, o que melhoraria a saúde e o bem-estar dos inquilinos, além de reduzir a pegada de carbono dos edifícios.

A habitação social e acessível pode ajudar a liderar a recuperação do Reino Unido da pandemia e promover práticas de negócios sustentáveis, na visão da especialista. Mas as associações habitacionais precisarão adotar uma estratégia ESG proativa para garantir o financiamento de que precisam para isso. 

O relatório citado detalha o roteiro para isso, ao propor 12 temas e 48 critérios de ESG para as associações de habitação. Os critérios foram mapeados para abordagens globais e padrões de relatórios, como Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD).