“Resiliência não é uma corrida, é uma maratona para as cidades”, defende especialista

Lauren Sorkin, diretora executiva da Rede de Cidades Resilientes, sugere a criação do cargo de Chief Resilience Officer nos municípios

Por Redação em 8 de novembro de 2021 2 minutos de leitura

cidades resilientes

As cidades precisam tornar-se mais resistentes às mudanças climáticas na opinião de Lauren Sorkin, diretora executiva da Rede de Cidades Resilientes (R-Cities). E, para ela, uma das soluções é a criação do cargo de diretor de resiliência climática ou Chief Resilience Officer (CRO), na sigla em inglês, nas administrações municipais. Segundo a especialista, o CRO seria um defensor da resiliência urbana, mais exatamente um conselheiro de alto nível, nomeado pelo prefeito ou contratado pelo gabinete do prefeito e com autoridade para convocar e se reportar diretamente à liderança da cidade.

Lauren avalia que “resiliência não é uma corrida, é uma maratona”, e daí a necessidade de as cidades precisarem de um CRO com a capacidade de reunir e alavancar os investimentos alinhados com as metas de médio e longo prazo. “Institucionalizar ou formalizar esse papel de oficial de resiliência e mantê-lo em uma posição permanente é essencial para que as cidades sejam capazes de lidar com choques e tensões”, argumenta a especialista. 

Esse tipo de profissional, segundo ela, ajudaria a identificar sinergias entre os vários planos de ação e iniciativas estratégicas das cidades no que tange a resiliência climática. Outra frente de atuação do CRO seria no compartilhamento de conhecimento com outras cidades.

Cidades Resilientes exigem equidade

A resiliência urbana aumenta a capacidade de sistemas, negócios, instituições, comunidades e indivíduos para sobreviver, se adaptar e crescer, segundo Lauren. Ela avalia que as cidades precisam ter sua estrutura subjacente fortalecida ou, do contrário, sempre estarão em modo de recuperação. Outro destaque é a priorização das metas de resiliência climática e a ênfase na natureza inter-relacionada dos desafios que as cidades enfrentam. “Isso pode ajudá-las a se preparar para os desafios futuros”, diz a especialista. 

Lauren também defende uma abordagem inclusiva e lembra que é preciso ver aqueles que são os mais marginalizados como os primeiros, não os últimos. “Sem equidade, nossas cidades não serão resilientes”, pontuou em uma entrevista ao SmartCitiesWorld.

Para o cenário pós-pandemia, segundo ela, a Rede de Cidades Resilientes, da qual é diretora executiva, entende que a resiliência urbana é um conceito mais amplo do que a resiliência climática. “O clima é um componente, mas também devemos obter a recuperação econômica e as oportunidades de crescimento certas. Já falamos sobre isso, mas realmente precisamos trabalhar na criação de resiliência social que apoie resultados equitativos”, argumentou.