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Rio do Aterro na Paraíba volta a fluir com ajuda de moradores
Voluntários da região conseguiram reverter assoreamento do Rio do Aterro, no interior da Paraíba.
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Redação em 13 de outubro de 2022 2minutos de leitura
Todo sábado, os moradores da Aldeia do Forte e Tambá, no norte da Paraíba, têm um programa: recuperar o Rio do Aterro. O riacho, afluente do Rio Sinimbu, também é chamado de Rio dos Índios, dada a importância que ele tem para os povos originários.
Desde 2021, os cidadãos se juntam para tirar lama do fundo, cortar plantas danosas e aumentar a margem do córrego. Nesse meio tempo, algumas vitórias já foram alcançadas: uma das partes do rio já começou a fluir, dando até para aguentar pequenas embarcações. Batizado de Águas Potiguara, o projeto foi 100% encabeçado pelos cidadãos.
Ação em conjunto em prol do Rio do Aterro
O rio sempre foi importante para a comunidade e é a única fonte de água natural no território dos Potiguara. Mas, nas últimas décadas, a urbanização, a redução das matas e as ações de dragagem para evitar enchentes tirou a força do riacho, que passou a ficar cada vez menor. O assoreamento fez com que o rio se tornasse quase uma poça.
No ano passado, a própria comunidade decidiu não esperar pela ação de políticos da região e passou a aparecer lá todo sábado para, principalmente, recriar as margens e tirar a lama do fundo, para evitar que o rio secasse. “Nos unimos em um grupo e combinamos que iríamos dar início a esse trabalho. Começamos com a abertura do canal, como faziam nossos antepassados. Convidamos os mais velhos para participar do grupo e compartilhar conhecimento. Eles têm na memória informações importantes, como o local em que o rio passava antes e quais plantas nativas existiam nas margens”, ressaltou o líder indígena e engenheiro florestal Poran Potiguara, em entrevista ao site Agência EcoNordeste.
Recuperar o rio: dos ancestrais para a nova geração
Embora recente, a ação já tem resultados: parte do rio já voltou a fluir, com correntezas fortes e animais voltaram para a região. O próximo passo do Águas Potiguara é plantar matas nativas – as chamadas matas ciliares – na região em volta do rio, permitindo que as águas fiquem mais limpas e o assoreamento não volte a acontecer. “Estamos recuperando para que possamos tê-lo de forma abundante, tomar nossos banhos e que nossos filhos revivam aquilo que vivemos no passado”, disse Poran, que lembra de nadar no rio quando era criança.
Os povos originários dos Potiguara também trabalham e investem o tempo na educação ambiental. Além de recuperar os rios, eles estão criando séries ilustrativas para contar a história do rio e ajudar a educar a população sobre qual o melhor uso das águas.
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