União Europeia bane venda de carros a combustão até 2035

Acordo tem como objetivo reduzir as emissões de CO2 dos países europeus, mas vai acontecer de forma faseada.

Por Redação em 15 de julho de 2022 2 minutos de leitura

A Europa está a um passo de proibir a venda de carros com motor a combustão a partir de 2035. A medida foi proposta pela Comissão Europeia e aprovada pelos ministros do meio ambiente dos 27 membros da União Europeia (UE). O texto, chamado de Fit for 55, indica que o nível médio de emissões de CO2 dos carros novos deverá ser reduzido em 100% até 2035, e 50% até 2030.

“Como etapa intermédia rumo à neutralidade climática, a UE aumentou a sua ambição em matéria de clima para 2030, comprometendo-se a reduzir as emissões de CO2 em pelo menos 55% até 2030”, diz o documento. De acordo com estudos da Comissão Europeia, o transporte é responsável por 20% de toda a emissão de CO2 do continente. Pelo menos 5% dessas emissões são apenas feitas por caminhões e ônibus a diesel. A decisão dos políticos europeus deve acelerar a transição da frota do continente para veículos elétricos e híbridos

Próximos passos e desafios para redução das emissões de CO2

Para a lei ser colocada em prática ainda é preciso uma homologação do Conselho de Ministros da UE e uma concordância unânime dos 27 países do bloco econômico. A ação, segundo especialistas, deve acontecer no segundo semestre.

A nova regra também abre brecha para o uso de combustíveis sintéticos, hidrogênio e bicombustíveis, neutros em CO2. O que é visto como um grande desafio por parte do mercado automobilístico, já que tais tecnologias ainda estão em teste e estão longe de ser realidade até 2035.

Dessa forma, o veículo elétrico deve ser o “escolhido” pelo setor. O que abre um outro debate – e outro impasse: as redes de recarga. Os europeus querem que seja criada uma rede pública de postos de recarga ultrarrápida, de 150 kW, pelos países. No entanto, a maioria dos postos atualmente usa o padrão de 50 kW. 

Já existe uma diretiva (não ainda uma obrigação) de que até 2025 se implante pelo menos um carregador ultrarrápido a cada 60 km de rodovias internacionais e até 2030 nas estradas secundárias. O que significaria pelo menos 3,5 milhões de postos nos 27 países da UE. 

O que isso significa para as cidades?

Uma regra na Europa pode ter efeitos em cidades no mundo todo. É só lembrar do que aconteceu com a Lei Geral de Proteção de Dados, que começou como regulamentação na UE e inspirou legislações por todos os países. “A crise climática e suas consequências são claras e, portanto, a política é inevitável”, disse o chefe de política climática da UE, Frans Timmermans à Deutsche Welle.