Urban Living Labs: os laboratórios para as smart cities
Laboratórios vivos são espaço para inovação e testes de novas formas de habitar para a construção de smart cities.
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Redação em 8 de abril de 2022 3minutos de leitura
Em smart cities, a inovação deve chegar na mesma velocidade que a tecnologia chega para as pessoas. No entanto, nem sempre o poder público consegue acompanhar a velocidade das startups em desenvolver inovação. É para mudar esse cenário que foram criados os “Urban Living Labs” – laboratórios vivos para o teste de modelos inovadores para os municípios.
Os espaços funcionam como “hubs” que unem startups, o poder público e a sociedade civil, com o objetivo de criar e, principalmente, testar soluções para problemas específicos das regiões. O teste é um elemento importante nessa equação, já que é esse o ponto que diminui o tempo de implementação das inovações nas cidades. Vários municípios do mundo, inclusive no Brasil, já estão testando, com sucesso, o modelo.
Inovação aberta é primordial para smart cities
Sob o conceito da inovação aberta, já bastante comum na lógica das startups, o Urban Living Lab é um espaço onde diferentes empresas podem colaborar entre si para criar um novo produto ou serviço. Além disso, a inovação aberta se vale da abordagem participativa e descentralizada, na qual o conhecimento está distribuído entre pares e não apenas em uma área da empresa.
O modelo ganha peso no contexto das cidades por se tratarem de organismos de alta complexidade e que, portanto, exigem soluções igualmente complexas – uma jornada para chegarem ao conceito das smart cities. “Essas e outras iniciativas do gênero indicam um caminho promissor de modernização da administração pública. Valendo-se dos princípios da inovação aberta, os urban living labs colocam o poder público como um articulador e um fomentador dos stakeholders locais em busca de inovação para resolver problemas reais das cidades. E o principal: colocam o cidadão no centro do processo, testando, avaliando e ajudando a construir as soluções que afetam diretamente a sua vida”, disse o cofundador da plataforma Vida no Centro, Clayton Melo, em artigo publicado pela Fast Company Brasil.
Ciclo de um Urban Living Lab
O ciclo de análise e teste de uma solução a partir da metodologia do Urban Living Lab pode variar entre 6 e 12 meses. Isso já contando com a fase de prova de conceito (ou MVP, da sigla em inglês para Minimum Viable Product, que significa produto mínimo viável). “Os projetos pilotos são avaliados e filtrados a partir de indicadores de desempenho, do comportamento na execução do projeto piloto e da avaliação dos envolvidos. Os projetos bem sucedidos seguem para a última etapa do processo do ciclo, que é a escalabilidade, quando devem ser criadas as estratégias para viabilizar a aplicação das soluções validadas na cidade e, em seguida, em outras localidades, para maximizar os benefícios dessas inovações”, explicou o CEO da 2Grwo Habitat de Inovação, Marcus Rocha, ao site SCInova.
Exemplos de Urban Living Labs na perspectiva das smart cities
Na perspectiva das smart cities, os Urban Living Labs são essenciais por possibilitar inovação aplicada em intervalos de tempos inimagináveis em modelos tradicionais, ou seja, o formato de pesquisa conjunta representa ganhos mensuráveis em eficiência. Assim, a Internet das Coisas (IoT), Big Data e outras ferramentas tecnológicas são usados como instrumentos de transformação e desenvolvimento sustentável.
É o caso do Living Lab de Barcelona. Com quase 10 anos de atividade, o laboratório já foi espaço de experimentos de sucesso em diversas áreas do desenvolvimento sustentável, como projetos de incentivo à economia circular, uso sustentável de alimentos e conexão entre pessoas. Uma dessas ações foi a participação protagonista na criação da plataforma “smart citizens”, que conecta pessoas, dados e conhecimento por meio de dados sensoriais, que capacitam as comunidades a se apropriarem de seus espaços fomentando o desenvolvimento coletivo.
Em Amsterdã, na Holanda, está localizado um dos principais Urban Living Labs. Por lá, os espaços são divididos de acordo com as regiões da cidade. A maioria deles já trabalha com projetos baseados em soluções na natureza. De acordo com a conselheira estratégica da cidade, Sascha Stolp, os living labs permitem que as pessoas aprendam a construir cidades resilientes e sustentáveis exatamente por ter espaço para observar como o ecossistema local responde.
O exemplo de Amsterdã mostra que esses espaços também são propícios para criar projetos “open source”. Com um sistema de smart cameras em praças para monitorar o número de pessoas, eles conseguriam acertar um modelo capaz de não só saber se a área estava perto da lotação (o que foi bastante útil durante o momento da pandemia), como também captar dados para melhorar a segurança das ruas.
Em Portugal, o Living Lab de Matosinhos tem um projeto de criar um bairro carbono zero, a partir da criação de um mercado local de carbono. Assim, os moradores são recompensados se tiverem hábitos mais sustentáveis. No Brasil, o Urban Living Lab de Florianópolis tem diversas iniciativas dentro da área de educação e tecnologia e até já testam ferramentas no metaverso.
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