No Relatório World Cities Report 2020, a Organização das Nações Unidas afirma que as cidades bem planejadas, administradas e financiadas, podem criar benefícios econômicos, sociais, ambientais e de governança (EESG). Também devem haver outros avanços não quantificáveis ainda, mas que melhorarão as vidas das pessoas, reduzindo as mudanças climáticas, a pobreza, a desigualdade e o desemprego mundiais.
É o que mapeou a ONU, que estabeleceu uma espécie de roteiro para chegarmos a 2030 com o que ela classifica como uma urbanização mais sustentável.
Veja, a seguir, as principais tendências de urbanização sustentável da ONU e saiba como elas podem criar as cidades do futuro.
O que é a urbanização sustentável
Todo 31 de outubro é celebrado o dia Mundial das Cidades. No ano passado, a ONU lançou a versão mais recente do World Cities Report, detalhando uma nova agenda urbana, com um roteiro para que as cidades alcancem os padrões de urbanização sustentável de acordo com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da organização até 2030.
Para a ONU, a urbanização sustentável gera valores econômicos, ambientais, sociais e outros intangíveis, que podem gerar bem-estar a todos. Essa mensagem, defende a entidade, “deve orientar os esforços de desenvolvimento urbano durante toda esta década”.
Qual é o cenário para vencermos até 2030
A humanidade sentiu os impactos da pandemia, que expôs a desigualdade social a níveis que há tempos não víamos, segundo prefácio do secretário geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, no World CIties Report. A pobreza global deve aumentar pela primeira vez desde 1998, fazendo com que mais de 71 milhões de pessoas voltem à pobreza extrema. No mercado de trabalho, 1,6 bilhão de pessoas (praticamente metade da força de trabalho global) foram empurradas para a informalidade ou tiveram reduções de salários e grande parte disso se deve à desaceleração das cidades
A urbanização sustentável pode vencer a batalha
Em outubro de 2020, a ONU quantificava que 95% dos casos de Covid-19 estavam nas cidades e isso demonstrava a urgência de trabalhar o urbanismo sustentável, tornando as cidades e os assentamentos humanos (vilas) mais inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. “A atenção do mundo deve estar voltada à necessidade urgente de priorizar o planejamento urbano sustentável e o desenvolvimento de nossas cidades”, disse a diretora executiva da ONU-Habitat, Maimunah Mohd Sharif.
As cidades como habitat ideal
De acordo com Maimunah, temos oportunidade de tornar as cidades grandes espaços de combate a desastres e pandemias, como a atual, principalmente considerando que 55% da população viverá em áreas urbanas até o fim de 2021 e a projeção é que esse índice salte para 68% até 2050.
Estamos na década da ação
A ONU classifica esta década (2021-2030) como o período de ação necessário para estabelecermos cidades e vilas sustentáveis para um futuro mais igualitário, inclusivo e sustentável. Para isso, ela sugere algumas ações concretas, como:
- Garantir o acesso de todos à habitação segura, adequada e a preço acessível, além de dar acesso aos serviços básicos para toda a população e urbanizar as favelas;
- Proporcionar o acesso a sistemas de transporte seguros, acessíveis, sustentáveis e a preço acessível para todos;
- Equilibrar, por sexo, idade, raça e deficiência, a proporção de população que tem acesso adequado a transporte público;
- Reduzir o impacto ambiental negativo per capita das cidades, inclusive prestando especial atenção à qualidade do ar, gestão de resíduos municipais e outros;
- Proporcionar o acesso universal a espaços públicos seguros, inclusivos, acessíveis e verdes, particularmente para as mulheres e crianças, pessoas idosas e com deficiência.