Urbanismo sensorial:

a importância dos 5 sentidos para qualidade de vida nas cidades.

Usando métodos como captação de sons, mapa de cheiros, coletas de dados de aparelhos “vestíveis”, especialistas buscam ir além do viés visual, entendido por essa vertente de estudo como um limitante do planejamento urbano.

Em Istambul, o acadêmico e músico Oguz Oner organiza “passeios sonoros”: pessoas vendadas são desafiadas a descreverem o que escutam em vários lugares.

A partir disso, Oner conseguiu identificar as localizações onde a vegetação poderia ser colocada para diminuir a poluição sonora ou em quais pontos era possível ampliar sons que acalmam.

Em Berlim, as áreas mais silenciosas da cidade são identificadas pelos cidadãos, que utilizam um aplicativo, incluído no planejamento urbano da cidade.

Já o projeto “Soundscape Indicates”, do Reino Unido, tenta criar modelos preditivos sobre como as pessoas vão responder às mudanças sonoras nas cidades.

Os aromas também dizem muito a respeito das mudanças dos bairros. “As percepções sensoriais não são neutras ou simplesmente biológicas...”, diz a socióloga cultural urbana da Brunel University London, Monica Montserrat Degen.

Dessa forma, o “urbanismo sensorial” também é uma forma de incluir pessoas nas cidades e entender as suas realidades de maneira mais completa.