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Casa passiva: edifícios recebem reforma energeticamente eficiente
Edifícios habitacionais foram adaptados para atender aos padrões de Casa Passiva, em Nova Iorque. Reforma reduziu gasto energético em 80%.
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Redação em 15 de fevereiro de 2023 4minutos de leitura
À primeira vista, os prédios de habitações populares no Brooklyn, em Nova Iorque, parecem novos, mas na verdade têm quase 100 anos. Suas novas fachadas brancas vão além de uma renovação estética, mas também fazem parte de uma grande reforma a fim de obter eficiência energética, atendendo aos padrões do conceito Casa Passiva.
Trata-se de construções sustentáveis, confortáveis e econômicas. Por exemplo, no verão os moradores pagarão menos pelo ar-condicionado devido a uma estrutura mais ecológica. Já no inverno, a organização sem fins lucrativos proprietária dos prédios irá pagar até 80% menos nas contas de aquecimento.
“A economia que estamos vendo é transformadora”, diz o diretor de sustentabilidade e construção da RiseBoro Community Partnership, Ryan Cassidy. A organização sem fins lucrativos também concluiu recentemente uma reforma semelhante em outro conjunto de prédios de apartamentos acessíveis construídos na década de 1990.
O que é uma casa passiva?
Com as ondas de calor, preços elevados de energia e combustíveis, manter uma casa aquecida ou resfriada será cada vez mais difícil e caro em todo o mundo. Em poucas décadas, áreas que antes tinham climas temperados enfrentarão condições climáticas extremas. Sendo assim, o uso de ar-condicionado aumentará, o que leva a um maior consumo de energia e, consequentemente, ao aquecimento global.
No entanto, existe uma solução para construir edifícios de forma mais sustentável, seja com o uso de materiais naturais recicláveis, como madeira ou barro, seja seguindo normas rigorosas que reduzem drasticamente o consumo de energia.
Esta é a ideia da “casa passiva”, que utiliza a própria arquitetura para manter a construção aquecida no inverno e fresca no verão. Esse modelo apresenta uma redução de até 90% no consumo de energia.
Em Nova Iorque, a organização começou a usar o design passivo em novas construções há mais de uma década, depois que Chris Benedict, um arquiteto, o apresentou. “Ele nos procurou em 2008 com essa ideia – podemos tornar este edifício super eficiente em termos de energia – e não sabíamos nada sobre isso”, diz Cassidy. “E nossa única resposta foi baseada no desenvolvedor: você pode entregar pelo mesmo custo? Ele disse sim. O que conseguimos foi um prédio que, de fato, custou o mesmo e também economizou uma quantidade radical de energia”, completa.
Benefícios da casa passiva em imóveis antigos
No Brooklyn, a organização sem fins lucrativos decidiu ir além da simples manutenção das propriedades mais antigas, que normalmente é feita após 15 anos. Em vez disso, eles planejaram novas fachadas completas para nove edifícios diferentes, trabalhando com Benedict para tornar o plano da eficiência energética uma realidade.
Os retrofits também trouxeram outros benefícios, como a redução do mofo e das pragas devido às vedações mais apertadas nas paredes. Inclusive, um estudo do MIT está monitorando como a qualidade do ar nos apartamentos melhorou devido a esses ajustes.
Além disso, o processo também é uma maneira de melhorar a aparência de edifícios degradados. Como as habitações acessíveis são construções que geralmente não são arquitetonicamente impressionantes, essa reforma oferece uma nova oportunidade de torná-los mais atraentes.
Financiamento e combate às mudanças climáticas
O programa RetrofitNY, financiado pelo estado, contribuiu para o custo total de US$ 20 milhões para a reforma em nove imóveis, para se adequarem às características da casa passiva, visando mostrar como esse modelo pode ser aplicado em outros edifícios.
Fotos: Reprodução/RiseBoro Community Partnership
O financiamento para projetos futuros pode ser desafiador, mas pode vir de fontes inovadoras, como o setor de saúde, que está começando a investir em habitação devido ao impacto na saúde das pessoas.
O trabalho também é fundamental para combater as mudanças climáticas, já que quase um terço das emissões vêm de edifícios em operação. É necessário acelerar a renovação para alcançar a meta de emissões líquidas zero até o meio do século. De acordo com um relatório do Conselho Americano para uma Economia Eficiente em Energia, a renovação ao ritmo atual pode levar 500 anos para modernizar todas as casas americanas.
Em geral, cada vez mais países estão adotando medidas para reduzir a pegada de carbono em novos edifícios, às vezes com ações surpreendentes, como a proposta feita pelo ex-prefeito de Nova York, Bill de Blasio, de proibir a construção de arranha-céus clássicos feitos de aço e vidro, que são extremamente ineficientes. A iniciativa não foi adiante, mas fez com que muitas pessoas refletissem sobre a relação entre a arquitetura e as mudanças climáticas.
Portanto, o modelo de casa passiva mostra que reduzir o consumo de energia não se trata apenas de ajustar a temperatura, usar mais roupas quentes no inverno ou se acostumar a viver com o calor no verão. A arquitetura também pode e deve contribuir.
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