Casa passiva. A tradução do conceito para a língua portuguesa pode levar à conclusão equivocada, de algo indiferente, falta de iniciativa ou apatia. Mas é por meio desta “falta de ação” que esse tipo de moradia faz muito pelo planeta e pelas pessoas, no agora e no futuro.
O conceito utilizado na construção civil designa empreendimentos altamente eficientes energeticamente, podendo chegar a ter uma redução de até 90% no consumo de energia. Além disso, esse tipo edificação se diferencia por oferecer alto conforto térmico às pessoas, ao ponto delas não sentirem frio, nem calor ao estar em seu interior. É como morar em um lugar que, além de confortável, foi pensado para causar o mínimo de impacto no meio ambiente e ainda ajuda a economizar uma boa grana na conta de luz!
Tudo isso está materializado em um no projeto de habitação social 159 Forward Avenue em Ottawa, no Canadá. Inaugurado em 2023, trata-se de modelo de moradia multifamiliar acessível e sustentável. Ao seguir os rigorosos padrões de uma Passive House (Casa Passiva), o edifício alcançou uma eficiência energética três vezes superior à de construções semelhantes. Mas o que isso realmente significa? Que o prédio não só reduz o impacto ambiental, como também diminui drasticamente os custos de energia para seus moradores, tornando a habitação mais sustentável para seus moradores e provando que é possível unir responsabilidade ambiental e saúde financeira.
Leia também: Habitação social também é lugar de pertencer
O que é uma Passive House (Casa Passiva)?

A certificação Passive House não é apenas um selo de sustentabilidade, é um padrão de construção voluntário focado em altíssima eficiência energética e conforto. Seu objetivo é reduzir a necessidade de aquecimento e resfriamento ao máximo, tornando a construção quase autossuficiente em energia. Para conseguir isso, o projeto 159 Forward Avenue utilizou uma série de estratégias inteligentes:
Envelope de alto desempenho

Imagine seu prédio como um super casaco. Essa barreira física, altamente isolada e hermética, minimiza a troca de ar com o ambiente externo, mantendo a temperatura interna estável e reduzindo a necessidade de aquecedores ou ar-condicionado.
Sistema de recuperação de calor (ERV)

Este sistema de ventilação não só reduz o consumo de energia, como também garante a qualidade do ar interno. Ele remove o ar viciado e a umidade excessiva, ao mesmo tempo em que traz ar fresco para dentro.
Janelas de vidros triplos

Mais do que um simples vidro, essas janelas de alta performance funcionam como isolantes térmico e acústico, contribuindo para a eficiência energética e o conforto das pessoas que estão no local.
Painéis solares

Para complementar a eficiência, a instalação de painéis solares no telhado torna a energia do edifício totalmente limpa e renovável, eliminando a dependência de combustíveis fósseis.
Além de ser um modelo de eficiência, o projeto também foca em acessibilidade. Todas as 49 unidades foram projetadas para serem acessíveis, e 16 delas foram especificamente adaptadas para pessoas com mobilidade reduzida, garantindo que a moradia seja inclusiva para todos.
Desenvolvido pela Centretown Citizens Ottawa Corporation (CCOC) e Cahdco, o 159 Forward Avenue mostra que a inovação em construção pode beneficiar tanto o planeta, quanto as pessoas, o presente e o futuro. Um exemplo de como o design sustentável pode se traduzir em economia para os moradores e estabelecer um novo padrão para o futuro da habitação urbana.
Leia também: Habitação social sem estigmas: o prédio modular de Barcelona