Levar a comida para a mesa do campo para a mesa das pessoas já é um desafio. Mas ele deve ficar ainda mais complicado, considerando que, até 2050, 70% da população mundial vai se concentrar em grandes cidades. Dessa forma, a agenda de sustentabilidade urbana passa diretamente pelos centros alimentares locais.
Horta do bairro
Uma das saídas é, de fato, criar fazendas urbanas. Cidades como Nova Iorque já estão estabelecendo regras para regular jardins e hortas no topo dos prédios. A solução, no entanto, não tem a grandeza necessária para apoiar a alimentação de bairros inteiros (quanto mais de cidades ou regiões metropolitanas).
O caminho é coletivo. Pesquisadores da Universidade de Shettffield descobriram que se a cidade de Shetffield usasse 10% de suas áreas verdes para construir hortas, 15% da população local poderia ser servida com cinco porções de frutas ou vegetais por dia. “As áreas urbanas são particularmente adequadas para o cultivo de hortaliças – frutas e legumes”, disse Jill Edmonson, do Instituto de Alimentação Sustentável da universidade, à CNBC. “A agricultura urbana pode desempenhar um papel muito importante no fortalecimento da segurança alimentar local, pois a maioria das pessoas vive em cidades e vilas”, completou a professora.
Horta no subsolo?
Paralelamente, tecnologias que permitem a plantação sem a necessidade de um solo fértil, como no caso de hortas hidropônicas, também crescem pelo mundo. Um exemplo é a inglesa Growing Underground, que criou uma forma de se produzir plantasno subsolo.
Para isso, a companhia usa um sistema de produção hidropônica utilizando luz de LED para que as plantas continuem crescendo o ano inteiro. As luzes, segundo a companhia, conseguem “substituir a luz solar” para a alimentação de plantas.
Urban Food System
Mais do que hortas, as cidades também precisam fortalecer a conexão dos produtores locais com as feiras e espaços de venda de alimentos. “O futuro da alimentação das cidades pode estar no envio de alimentos a curtas distâncias para os compradores, logo após serem colhidos. Eles teriam toda a conveniência da logística “just in time” (paywall) com a qual nos acostumamos sem a vulnerabilidade de longas cadeias de suprimentos”, argumenta o CEO da CubicFarms, Dave Dinesen, em um artigo para a Forbes.
Centros alimentares seriam lugares para conectar a cidade – mais importante, o prato dos cidadãos – aos produtores de alimentos. Tais espaços seriam pólos alimentares sustentáveis para dar escala comercial e de logística para fornecedores de comida. Algo parecido com o que já acontece nas feiras de rua, só que mais organizados e conectados.