O engajamento de todas as esferas sociais é o fator preponderante para que as nações possam atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – pacto global assinado pelos 193 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) com foco em superar os principais desafios de desenvolvimento enfrentados por pessoas no Brasil e no mundo, promovendo o crescimento sustentável global até 2030. Focado no comprometimento do setor privado, foi realizado na última quinta, dia 18, o 2º Encontro com CEOs. O evento é uma iniciativa do Programa Ambição pelos ODS – que visa desafiar e apoiar as empresas integrantes do Pacto Global da ONU para que estabeleçam metas ambiciosas e integrem os objetivos de desenvolvimento sustentável em suas estratégias de negócio, considerando também a cadeia e o engajamento com stakeholders.
Como uma das signatárias, junto a um pouco mais de 1,6 mil empresas no Brasil, a MRV&CO esteve representada pelo CEO Eduardo Fischer, para quem construir um novo mundo é uma jornada longa, mas feita de pequenos passos. “Dentro das grandes empresas, a chegada aos ODS é planejada a cada caminhar, a partir de metas escalonáveis. Mas isso não diminui, nem de longe, o otimismo. O ano de 2030 está logo ali, mas enxergo a aceleração da implantação dos objetivos e das metas de sustentabilidade à medida que a nova geração chega na liderança. A nova geração carrega dentro dela a mudança”, afirmou.
Para o executivo, a transformação está lado a lado com a entrada da nova geração em postos de liderança. Fischer comenta que os colaboradores das gerações “Z” e “millenial” têm ambições diferentes no trabalho. “Eles não querem só carreira ou salário. Eles querem se conectar com propósito de vida. O ESG não é nada mais que um reflexo disso. À medida que a gente fomenta para que novas lideranças entrem em jogo, naturalmente elas vão conduzir a companhia para um patamar mais elevado de equidade e sustentabilidade”, disse o executivo durante bate-papo entre grandes CEOs brasileiros. “A cabeça é diferente, o pensamento é diferente [da nova geração]. Conforme essas pessoas chegarem em postos de liderança, a implantação das mudanças serão mais rápidas, serão estruturais. Deixarão de ser ações individuais de algumas companhias e estarão inseridas no meio empresarial de forma estratégica”, aponta. Nesse sentido, a necessidade das grandes empresas encontrarem e manterem talentos dentro de casa ganha ainda mais valor.
Tendo como uma das metas ter 45% dos cargos de liderança ocupados por mulheres, o tema também fez parte da conversa. “A engenharia é um ambiente tradicionalmente masculino. A realidade está mudando ao longo dos anos, mas ainda é um ambiente muito masculino. O que traz muitos desafios à nossa trajetória pela frente”, ponderou o CEO da MRV.
ESG e responsabilidade
O CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, Carlo Teixeira, também levou um tom otimista, apontando a consolidação do mercado financeiro em torno do assunto ESG. “A agenda está avançando e, sem dúvida nenhuma, segue firme e forte daqui para frente”. Fischer complementa, indicando que a agenda ESG é mais do que um diferencial, é uma “necessidade para as grandes companhias”. “Estamos vivendo um momento diferente da sociedade como um todo. O ESG mostra que as empresas estão se adequando a esse novo anseio da sociedade. E temos um futuro melhor pela frente”.
O evento também contou com a participação do presidente da Cemig, Reynaldo Favanezi, e do presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Sidney Klajner. “Podemos chamar de ODS, de ESG, de qualquer acrônimo, mas, no final das contas, a agenda trata da melhora da relação entre empresa com a sociedade”, disse Teixeira.