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O custo econômico dos congestionamentos
Mais do que minutos ou horas, tempo gasto em congestionamentos podem tirar entre 3% e 4% do PIB das cidades
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Redação em 21 de fevereiro de 2023 2minutos de leitura
Para aqueles que já ficaram parados no trânsito e pensaram: “estou perdendo tempo demais aqui”, essa notícia chega para enfurecer um pouco mais: o tempo gasto em congestionamento traz perdas econômicas bilionárias para as cidades brasileiras. Alguns estudos calculam que a perda do PIB alcance algo em torno de 3% e 4%. A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Fierj), por exemplo, estima que a perda do trânsito parado nas principais capitais brasileiras seja de 4,4% do PIB das metrópoles.
Tudo começa pelo tempo. Só em São Paulo, os moradores gastam em média duas horas e 20 minutos diários em deslocamentos. No Rio de Janeiro, os cidadãos levam em média 67 minutos para se deslocar diariamente no município. Segundo Pesquisa de Mobilidade Urbana 2022, os moradores de grandes centros urbanos brasileiros passam, em média, 21 dias por ano no trânsito.
Congestionamentos no PIB
Estes minutos, horas e dias “parados” acabam criando o que em economia o que é chamado de “desutilidade”, ou uma redução no tempo produtivo. Em pesquisa feita pela Quanta Consultoria, o custo disso foi calculado em torno de R$ 267 bilhões ao ano.
Estes estudos tentam calcular o custo de oportunidade, ou seja, o valor teórico de como esse tempo seria utilizado se fosse voltado para a produção.
“Esse tempo perdido afeta não só a produtividade das empresas, mas a saúde do trabalhador. E poderia ser usado em qualificação profissional ou lazer”, disse Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan Leste e Fluminense, em entrevista à Folha de S.Paulo.
Cidades sem trânsito
A Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) foi além e pesquisou qual o custo socioeconômico da mobilidade urbana – ou, em muitos casos a falta dela, no Brasil. O resultado foram impressionantes R$ 483,3 bilhões ao ano. Para isso, a ANTP considerou o quanto as famílias precisam gastar para poder se deslocar em 533 cidades com mais de 60 mil habitantes no país.
Quanto menor a infraestrutura e o acesso a transportes públicos, mais caro é se deslocar nas cidades. Principalmente colocando na conta os minutos parados esperando pela condução.
“A má distribuição de empregos e serviços na cidade é o principal problema. Ao analisar a renda, os mais ricos e os mais pobres demoram menos nos deslocamentos do que a média. Quem demora mais são as classes intermediárias, que geralmente trabalham muito longe. Na realidade, os mais pobres não têm dinheiro nem para ir trabalhar”, afirmou o economista Guilherme Vianna, da Quanta, em entrevista à Globo News.
Isso apenas enfatiza a importância econômica em se promover as “cidades de 15 minutos” ou seja, um espaço urbano onde o trajeto das pessoas para atender às suas necessidades básicas não ultrapasse 15 minutos, considerando um percurso feito por meio de caminhada ou soluções sustentáveis e transporte público.
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