Um grupo de pesquisadores norte-americanos apontou relação entre transporte público e saúde, resultando no maior comparecimento de pacientes a consultas médicas. A pesquisa focou em como a nova linha de metrô entre as cidades gêmeas de Minneapolis e Saint Paul influenciou o comportamento dos usuários. O levantamento pontuou que o metrô é mais confiável e menos suscetível a congestionamentos ou ao mau tempo do que as linhas de ônibus, os dados envolveram mais de 3,5 milhões de consultas e 370 mil pacientes.
O estudo foi coordenado pelo Urban Institute, da Harvard Medical School, e pela Universidade de Minnesota e aponta que o efeito da linha de metrô nova foi significativo, especialmente para pacientes de baixa renda.
Houve um comparativo de dados anteriores à abertura da linha férrea, com a diferenciação dos pacientes que moravam perto do novo serviço de transporte e aqueles que não moravam, permitindo aos autores estabelecerem uma base para o confronto das informações.
Relação entre Transporte público e saúde: metrô levou mais pacientes às clínicas
Uma das conclusões foi que as pessoas deixaram de faltar a consultas após a nova linha do metrô nas cidades gêmeas. Em números, a taxa de não comparecimento caiu 4,5 por cento. Esse efeito foi particularmente profundo para os pacientes do Medicaid, que viram sua taxa de não comparecimento diminuir em 9,5% por cento em comparação com a linha de base.
Os pesquisadores também descobriram um aumento nas consultas no mesmo dia para pacientes e clínicas localizadas perto da nova linha ferroviária, indicando que as opções de transporte expandidas tornaram mais fácil para as pessoas obterem atendimento médico urgente ou não planejado.
A melhoria no atendimento é importante porque os pacientes recebem cuidados mais confiáveis, o que pode ajudar a evitar problemas de saúde no futuro. Ao mesmo tempo, os provedores de soluções de saúde não otimizam suas agendas e podem preenchê-las com outros pacientes.
O levantamento indica ainda que, para os pacientes, o cumprimento das consultas melhora a continuidade do atendimento e evita lapsos potencialmente prejudiciais na triagem e no tratamento. Isso é mais importante ainda para pacientes com doenças crônicas, que também são mais propensos a enfrentar barreiras de transporte. Além disso, o atendimento ambulatorial pode ajudar os pacientes com doenças crônicas a ter acesso aos medicamentos apropriados, a obter um melhor controle da doença e a evitar o uso futuro do departamento de emergência ou hospitalizações. Para os provedores, o maior comparecimento de pacientes aumenta a receita e reduz as ineficiências de agendamento.