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Cientistas alertam para ações urgentes contra aquecimento global
Relatório do IPCC, apoiado pela ONU, propõe ações para aplacar os efeitos do aquecimento global mundial até 2030.
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Redação em 28 de março de 2023 3minutos de leitura
O controle da temperatura mundial é uma questão urgente. E o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), elaborado por um grupo de cientistas no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), só reforça a importância de se colocar a questão climática como prioridade em todos os setores.
Com dados científicos coletados por cinco anos, o documento propõe alternativas para amenizar as emissões de combustíveis fósseis, como o desenvolvimento de fontes de energia renovável, e minimizar o impacto da crise climática. Segundo a ONU, “é preciso que ações efetivas sejam tomadas até 2030 para controlar a situação”, considerada emergencial.
O alerta é que “provavelmente” a temperatura do planeta chegue ao fim do século 1,5ºC acima dos níveis apresentados antes da Revolução Industrial, no século XVIII. O limite no aquecimento está previsto no Acordo de Paris, de 2015, e o relatório divulgado afirma que os países não estão fazendo o suficiente para enfrentar a questão climática.
Relatório propõe atos e ações para conscientização sobre a emergência climática
Dentre as medidas propostas por 39 cientistas estão ideias como a de aumentar a energia solar e eólica, investir em ciclovias nas cidades, reduzir a poluição agrícola e combater o desperdício de alimentos.
O relatório é separado em três seções, organizadas por períodos de tempo.
Status atual e tendências analisam a história até os dias atuais;
Cenários de projetos futuros de clima e desenvolvimento de longo prazo para 2100 e além;
Respostas de curto prazo em um clima em mudança analisa os cronogramas de políticas internacionais atuais entre agora e a década de 2030.
Longe de alarmismos, estima-se que, se pouco for feito nos próximos sete anos, o colapso climático não mais será uma ameaça distante. Os efeitos do aquecimento global, inclusive, já estão afetando vidas e meios de subsistência. Exemplo disso são os eventos climáticos extremos como as ondas de frio nos EUA e Canadá, as secas prolongadas na Europa ou as chuvas devastadoras ocorridas no litoral paulista.
Inclusive, quem mais sofre com as mudanças climáticas são as populações mais vulneráveis. Existe um entendimento de que países e regiões com maior desenvolvimento causam maior impacto nas emissões de gases de efeito estufa, mas, ao mesmo tempo, suas populações sofrem menos com os impactos do aquecimento global. Enquanto isso, localidades carentes costumam ser as mais afetadas. E é por isso que hoje o conceito de justiça climática vem encontrando espaço nas discussões.
Em 2021, o Relatório de Lacunas de Emissões já havia apontado que as temperaturas globais subiram 1,1°C. Isso reforça que as atuais contribuições nacionalmente determinadas (NDCs) e outros compromissos firmados por países ao redor do mundo não estão sendo suficientes para aplacar o aquecimento, já previsto para aumentar cerca de 2,7°C até o final do século.
Isso se baseia nos níveis esperados de emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera até 2030, com base nas metas climáticas de todos os países.
ONU diz ter “informações conclusivas” para que nações possam agir contra o aquecimento global
Como um outro relatório não é esperado antes de pelo menos 2027, este do IPCC pretende fornecer aos formuladores de políticas uma compreensão atualizada e de alto nível sobre as mudanças climáticas, seus impactos e riscos futuros, e destacar soluções e opções para enfrentá-las, usando como base o que consideram ser um “período crítico”.
Para os especialistas, o documento oferece um consenso científico e conclusivo combinado com soluções climáticas para evitar as piores consequências do aquecimento global. Isso, de certa maneira, pode oferecer tempo hábil e uma oportunidade única para que as autoridades mundiais abordem lacunas e, assim, possam agir.
Apesar das perspectivas antecipadas, o relatório mostra que ainda há espaço para ação, e ressalta que muitos países já têm tecnologia e meios de financiamento suficientes para isso. Os cientistas que ajudaram a criar o documento acreditam que “há uma janela de oportunidade que se fecha rapidamente para garantir um futuro habitável e sustentável para todos”.
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