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Japoneses criam edifício com gravidade artificial para o espaço
Equipe da Universidade de Quioto revelou plano de construção de edifícios habitáveis e com gravidade artificial na Lua e em Marte.
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Redação em 31 de agosto de 2022 3minutos de leitura
Divulgação - Kajima Corporation
O ser humano apresenta um fascínio pelo espaço há milênios, desde o desenvolvimento da astronomia pelos povos da Mesopotâmia em 3.500 a.C aos avanços da corrida espacial em 1957, até chegar à Nasa e à SpaceX em períodos recentes da história. Conforme enfrentamos cada vez mais problemas como poluição, doenças, mudanças climáticas e desastres naturais, a ideia de morar no espaço, em outros planetas ou até na Lua, se mantém forte entre alguns estudiosos. A gravidade artificial pode ser a resposta para esse anseio!
Ao longo dos anos diversos engenheiros espaciais construíram projetos de orbes herméticos, cúpulas e estruturas em forma de lanterna para abrigar vida humana fora do planeta. Mas, afinal, é possível habitar o espaço?
De acordo com pesquisadores japoneses da Universidade de Quioto, em parceria com a construtora Kajima Corporation, sim, morar no espaço é viável, caso se utilize a estrutura correta. Durante uma conferência em julho, eles revelaram o esboço de edifícios de gravidade artificial cujo formato é propício para se aproximar das condições de vida na Terra.
Prédios de gravidade artificial
A estrutura rotativa de cerca de 400 metros de altura e 100 metros de raio, apelidada de The Glass, foi projetada para realizar uma rotação completa em volta de si mesmo a cada 20 segundos, utilizando a força centrífuga para gerar gravidade artificial compatível com a que os seres humanos estão acostumados na Terra. Os prédios de gravidade artificial possuem protótipos para Marte e para a Lua.
O objetivo é construir um ambiente habitável e que não prejudique a saúde humana, como acontece com astronautas que passam muito tempo em áreas de baixa gravidade. As construções ficariam na parede do prédio em formato cilíndrico, ou seja, os habitantes andariam sobre as paredes sem perceber.
Morar no espaço
Os pesquisadores japoneses dizem que criar um ambiente com gravidade semelhante à da Terra é a chave para prosperar no espaço, pois sem gravidade, os mamíferos podem não conseguir se reproduzir devido à má-formação dos órgãos vitais dos bebês.
Dentro do prédio de gravidade artificial, os cientistas projetam um bioma completo, com humanos, animais e plantas. Em relação a locomoção de pessoas e materiais, eles propuseram um trem espacial que funcionaria por trilhos no lado de fora do edifício cilíndrico.
Turismo espacial e viagens interplanetárias
Junto com os prédios de gravidade artificial, os pesquisadores ainda afirmam que é preciso pensar em projetar outras infraestruturas para apoiar os centros de moradia. Dessa forma, a pesquisa inclui o desenvolvimento de um sistema de transporte para viagens interplanetárias.
Entre os planos está o desenvolvimento do Hexagon Space Track System, um trem espacial que permite viajar entre a Terra, a Lua e Marte. Com o formato de um trem-bala japonês e uso da força centrífuga, o sistema viajará entre as estações construídas nos satélites espaciais.
De acordo com informações do jornal local Asahi Shimbum, os engenheiros envolvidos pretendem erguer uma construção do The Glass na superfície lunar até 2050 para facilitar a exploração espacial.
É possível morar no espaço? Mas como fica o planeta Terra?
A ideia dos prédios de gravidade artificial parece ter saído de um livro de ficção científica ou de um filme de Hollywood, mas não é única. Existem outras iniciativas que buscam pela construção de habitações que viabilizem o povoamento humano em diversos locais fora da Terra.
Em contrapartida, há inúmeros pesquisadores que ressaltam o valor de cuidar do planeta Terra. No primeiro semestre de 2022, cientistas da ONU apresentaram um plano com 5 maneiras que eles acreditam que têm o poder de ajudar as pessoas a evitar impactos maiores no meio ambiente.
O relatório, realizado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC, em inglês), tem o objetivo de estimular a transformação dos hábitos em relação às atividades humanas. Entre os tópicos abordados no relatório estão:
Combustíveis fósseis precisam ser substituídos pelas fontes de energia sustentável, como eólica e solar;
Remover o dióxido de carbono da atmosfera, seja com árvores ou com máquinas de filtragem do ar. Este último apresenta oposição de alguns membros da comunidade científica, já que não há estudos suficientes sobre esse mecanismo;
Reduzir a demanda de energia das pessoas nos setores da moradia, mobilidade e nutrição, buscando meios de maior economia de carbono e diminuição de resíduos de lixo;
Investir dinheiro em soluções de energia limpa;
Aumentar os impostos de pessoas ricas ou orientá-las a usar seu patrimônio para reduzir o impacto ambiental através de projetos de sustentabilidade, pois 10% das residências com maiores emissões per capita contribuem com 45% das emissões de gases efeito estufa causadas pelo consumo de um alto padrão de vida.
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