A maioria dos consumidores brasileiros não sabe o que é ESG, mas valoriza marcas com compromissos social e ambiental.
A sigla ESG, definição em inglês para políticas de sustentabilidade, responsabilidade social e governança, ainda não é conhecida pelos brasileiros. É o que aponta a pesquisa realizada pelo Google em parceria com a plataforma de pesquisa MindMiners e o Sistema B. Dos 3 mil brasileiros acima dos 18 anos ouvidos em todas as regiões do País, 47% não conseguiram citar uma empresa que adotasse a prática e somente um em cada cinco declararam já ter ouvido sobre o tema.
No entanto, quando explicado o que é ESG aos participantes, 87% disseram que o tema é importante e deve ser tratado por instituições públicas e privadas. De acordo com o Google, a intenção do levantamento é auxiliar tanto na tomada de consciência quanto no direcionamento das iniciativas para engajar a sociedade na pauta.
O estudo apresentou 35 critérios voltados às questões ambientais, sociais e de governança, pedindo para que os entrevistados indicassem uma marca – dentre as opções disponíveis – que eles associam com os três fatores. No total, 274 marcas presentes no Brasil se destacaram para os participantes.
Com base nesses dados, a pesquisa aferiu o grau de associação de uma determinada empresa aos três pilares ESG, demonstrando que metade das marcas mais queridas do Brasil também são aquelas que detêm a melhor reputação quando se trata do assunto, ou seja, o impacto positivo e o posicionamento da empresa em relação ao ESG eleva a intenção de compra e retenção de clientes.
A análise evidenciou que o ESG ainda é um tópico com baixo nível de associação às marcas: apenas 13% fizeram essa relação entre as marcas e o tema. Existe, portanto, um espaço para o avanço das questões ESG, não apenas dentro das corporações, que podem adotar a prática, mas também entre os próprios consumidores.
Os dados revelam, ainda, os hábitos das pessoas quando o tema é ESG, já que 72% fazem separação do lixo eletrônico e de materiais perigosos, 69% separam o lixo reciclável e orgânico, enquanto 42% participam ou apoiam ONGs/projetos ligados aos direitos de populações vulneráveis.
“É urgente que as empresas embarquem em uma jornada de maturidade em suas estratégias de ESG, em uma análise interna sobre suas políticas, estruturas, operações e estratégias”, diz a analista de insights do Google Brasil e líder da Impact! ESG, Lívia Sitta. “A partir de uma evolução concreta em suas práticas, mais do que nunca é preciso ser vocal e criar estratégias para se conectar com os consumidores, que podem ainda não compreenderem exatamente o que ESG significa, mas valorizam o engajamento das marcas com temas como a preservação do meio ambiente e o impacto social nas comunidades onde estão inseridas.”
O levantamento vai ao encontro do lançamento da plataforma de dados e mensuração Impact! ESG, por meio da qual o Google irá criar estratégias de atuação e posicionamento ESG nas empresas com base na percepção dos consumidores. A gigante da internet pretende auxiliar 50 empresas na jornada interna e de comunicação até o fim de 2023.
A plataforma será personalizada e oferecerá serviços diferenciados de acordo com a maturidade de cada empresa no tema. Segundo a empresa, o serviço é gratuito e integra um pacote de vantagens para os anunciantes.
Veja também o episódio 32 do podcast Habitability:
