Esses são os temas relacionados aos conceitos de desenvolvimento sustentável resumidos pela sigla ESG que vão dar o que falar.
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Redação em 10 de fevereiro de 2022 4minutos de leitura
Em 2021, a sigla ESG, dos termos em inglês Environmental, Social and Governance, que representam os aspectos ambientais, sociais e de governança do desenvolvimento sustentável, entrou de vez no vocabulário do mercado brasileiro, seja do ponto de vista dos investidores, como também das companhias, que estão em busca de evoluir suas práticas sustentáveis ou passar a adotá-las, seja por comprometimento ou pressão. Para este ano, o debate deve envolver novas abordagens e foco, como mostram as 5 tendências ESG que você confere a seguir:
1. Padronização, regulamentação & transparência
Mais de 34 países já estão discutindo criar regulamentações de fundos ESG, com o objetivo de padronizar as métricas, indicadores e a forma como as práticas sustentáveis são reportadas e, portanto, essa é a primeira das tendências ESG. Na Europa, desde março de 2021, o tema é regulamentado pela Sustainable Finance Disclosure Regulation (SFDR), que acabou se tornando uma base para muitos órgãos reguladores balizarem as suas próprias regras.
No Brasil, a Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) publicou, no final do ano passado, novas regras para identificar fundos com investimento sustentável. Já a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), principal órgão regulador do mercado financeiro do Brasil, passou a exigir que as informações de ESG constem nos formulários de referência de empresas de capital aberto; além disso, de acordo com o Infomoney, a Comissão estuda criar regulações mais claras para o assunto.
Nos Estados Unidos, a International Accounting Standards Foundation (IFRS), que detém o padrão de entrega de relatórios financeiros, já criou também padrões para registro de informações ESG. Paralelamente, há a Global Reporting Initiative (GRI) – uma organização internacional de padrões independentes que ajuda empresas, governos e outras organizações a entender e comunicar seus impactos em questões como mudança climática, direitos humanos e corrupção.
2. Redução de emissão & adaptação à mudança climática
A mudança climática será um dos maiores desafios de ESG para as empresas. Mais especificamente: como as companhias conseguem descarbonizar suas operações frente à mudança de temperaturas já em curso? No final de 2021, a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 26) aprovou a criação de um mercado, que possibilita a compra e venda de créditos de carbono. Assim, as empresas podem atingir suas metas de redução de emissão de gases, comprando créditos de empresas menos poluentes. Com isso, a pressão será para que as empresas não mais sejam “neutras” em carbono, mas sejam “carbon net zero”, como explicou o presidente do Celeste Group, Timothy McClimon à Forbes norte-americana. “Embora muitas empresas tenham feito grandes avanços na redução de suas pegadas de carbono e no uso de compensações de carbono para alcançar a neutralidade de emissão, há um consenso crescente entre cientistas e ambientalistas de que esses esforços não serão suficientes para evitar um desastre climático no futuro. Serão necessários maiores esforços para reverter a quantidade de carbono na atmosfera ou reduzi-lo ao menor valor possível. Espera-se que as empresas que se comprometem com a net zero façam avanços substanciais nas reduções (ou eliminações) reais de carbono em suas próprias operações e em suas cadeias de suprimentos, usando compensações apenas como último recurso”, disse ele.
3. O poder do “S“
Temas como diversidade, justiça climática e inclusão social ganharão ainda mais importância na agenda ESG de 2022. É a força do “S”, que está diretamente relacionado a políticas habitacionais. Este ano, um dos maiores fundos de investimento do mundo, a BlackRock, já indicou que deve olhar mais de perto a diversidade dos conselhos das companhias nas quais já investe ou pretende investir. “As empresas serão cada vez mais cobradas por práticas sociais responsáveis. Já não basta gerar emprego e renda: é preciso inserir-se de fato no contexto social brasileiro, é necessário intenção”, disse a especialista em sustentabilidade e integrante de conselhos de administração Tarcila Usini ao Reset.
4. Do verde para o azul
Se nos últimos anos só se falava em florestas quando o assunto era impacto ambiental, agora os mares entram na roda e devem ser um tema quente entre as tendências de ESG em 2022. De acordo com o GeekCulture, a “economia do Oceano” já é pauta da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da ONU. Os mares são responsáveis por absorver cerca de 30% do CO² produzido e, por isso, a biodiversidade marinha e a poluição oceânica ganham mais importância no debate sobre sustentabilidade.
A biodiversidade como um todo também será um tema relevante para os indicadores de ESG, como uma preocupação para o mundo, já que a mudança climática está causando a destruição de biomas inteiros.
5. Tendências ESG em toda a cadeia
“Todos compram da Amazon, mas de quem a Amazon compra?”, questiona a MSCI, responsável pela publicação de índices nos mercados internacionais, em relatório intitulado “2022 ESG Trends to Watch”. Segundo eles, e outros especialistas, essa pergunta, que já existe no mundo dos consumidores, chegou de outra forma dentro dos conselhos e das áreas de sustentabilidade das companhias. A pergunta é: será que nossos fornecedores estão fazendo os mesmos esforços que a gente para descarbonizar suas cadeias para também serem sustentáveis? A interdependência das metas de sustentabilidade entre empresas e suas fornecedoras será mais um tópico da agenda sustentável de 2022.
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