Na busca por absorver o gás carbônico produzido, até mesmo as algas entraram na dança. Na Sérvia, cientistas estão testando usar um aquário gigante com microalgas para despoluir o ar e reduzir a pegada de carbono da cidade de Belgrado. O resultado tem sido incrivelmente positivo.
Os tais aquários são construções de 2 metros quadrados, com um tanque de vidro laminado cheio de água e algas. O fotobiorreator urbano foi chamado de LIQUID3 e tem capacidade para absorver a mesma quantidade de CO2 de uma árvore adulta ou de 200 metros quadrados de gramado.
Aquário supera a planta em despoluir o ar
Por meio da fotossíntese, as algas capturam o CO2 e liberam oxigênio, servindo como um filtro poderoso. Em entrevista ao UOL, o líder da pesquisa do LIQUID3, Ivan Spasojevic, disse que as microalgas têm entre 10 e 50 vezes maior eficiência de fixação do carbono do que as plantas. “Aproximadamente 1000 metros cúbicos de ar da cidade são purificados do chumbo, cádmio e outros metais pesados por mês”, disse o pesquisador.
Diferentemente das árvores, o aquário com as algas consegue funcionar mesmo em temperaturas negativas, já que tem um aquecedor interno que impede o congelamento da água e o sistema é mantido por um painel de energia solar.
Diminuir os impactos
Com um design amigável, o fotorreator está instalado em Belgrado, capital da Sérvia, há quase um ano. Além do espaço para a água e as algas, ele tem um banco localizado na parte da frente e tomadas com USB para as pessoas que quiserem carregar seus celulares. “Ele demonstrou ser funcional, seguro e bem integrado à paisagem urbana. Recebemos um grande interesse de países como Irlanda, Brasil, Polônia, Emirados Árabes e Estados Unidos”, disse o pesquisador ao UOL.
Mas, calma, o dispositivo não é feito para substituir árvores e a arborização das cidades como um todo. Segundo Spasojevic, o LIQUID3 quer ser a alternativa para encher os espaços urbanos e ajudar a despoluir o ar em locais onde, de uma forma ou outra, não podem ter árvores, gramados ou jardins, seja por falta de espaço ou por questões de licenciamento ambiental.