A era agora é das “cidades mais inteligentes”

Para especialistas, os espaços urbanos precisam se deslocar da definição de “smart city” para a definição de “smarter cities”

Por Redação em 19 de agosto de 2022 2 minutos de leitura

cidades mais inteligentes

No lugar de “smart cities”, um novo conceito chega para definir a inovação no meio urbano: “smarter cities”. Em vez de cidades inteligentes, cidades “espertas” ou “mais inteligentes”. Afinal, as cidades são mais do que 5G, Big Data, veículos autônomos, IoT ou inteligência artificial.

“O foco na construção de “cidades inteligentes” corre o risco de transformar cidades em projetos de tecnologia. Falamos de “usuários” em vez de pessoas. Números mensais e “ativos diariamente” em vez de residentes. Partes interessadas e assinantes em vez de cidadãos. Isso também arrisca uma abordagem transacional – e limitante – para a melhoria da cidade, com foco em retornos imediatos sobre o investimento ou realizações que podem ser destiladas em KPIs”, falam os diretores da UN Development Program, Riad Meddeb e Calum Handforth, em artigo publicado recentemente no MIT Tech Review.

Cidades mais inteligentes requerem também “esperteza”

A cidade “esperta” é aquela que reconhece que a pluralidade é essencial para as cidades, o que significa que soluções tecnológicas não podem ser as únicas a resolverem os problemas complexos. Cidades, dizem os articulistas, dependem também dos relacionamentos e do “senso de propriedade” dos seus moradores.

Dessa forma, enquanto a smart city pensa em tecnologias para serem colocadas em áreas distintas, uma cidade “mais inteligente” é aquela que vê a inovação de forma holística, colocando o cidadão em primeiro lugar. 

Um exemplo é a Cidade da Guatemala, que está usando a abordagem holística para melhorar o gerenciamento da infraestrutura, desde parques até iluminação. A partir de tecnologia, há uma padronização de materiais e projetos para reduzir custos, simplificar processos e aumentar a qualidade dos reparos da manutenção. No lugar de pequenos polos de uso de tecnologia, a cidade está utilizando a inovação em favor de seus cidadãos.

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Para cidades mais inteligentes, inovação vai além da tecnologia

“Na prática, a visão de uma cidade centrada unicamente em tecnologia está conceitualmente, financeiramente e logisticamente fora do alcance de muitos lugares”, apontam os articulistas, diretores da UNDP. Para eles, isso pode afastar muitos gestores públicos de países em desenvolvimento a pensar em suas cidades como “smart cities”.
A iniciativa UrbanShift, liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente em parceria com o PNUD e muitos outros, está trabalhando com as cidades para promover soluções baseadas na natureza, transporte público de baixo carbono, zonas de baixa emissão, gestão integrada de resíduos e muito mais. Essa abordagem se concentra não apenas na implementação, mas também em políticas e guias.