Em dia com a agenda 2030 da ONU, planejamento urbano deve levar em conta a biodiversidade local.
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Redação em 1 de março de 2022 3minutos de leitura
O Brasil é um dos países que possui maior biodiversidade do mundo. Entre 15% e 20% das espécies vegetais e animais do Planeta estão em solo brasileiro. Por outro lado, o País é dominado pelas áreas urbanas, onde quase 85% da população mora. Apesar de parecer cenários antagônicos, a arquiteta Andreea Curtieru, em artigo escrito no portal ArchDayly, comenta que estudos mais recentes mostraram que as cidades são mais importantes para a conservação da biodiversidade do que se acreditava antes. “Em vários casos as cidades podem abrigar uma grande variedade de plantas e animais, com populações maiores e mais ativas em comparação a áreas rurais”, escreveu ela.
Diante do plano da Organização das Nações Unidas (ONU), que visa resgatar 90% da diversidade genética de espécies selvagens e domesticadas até 2030, essa relação ganha ainda mais importância, colocando o papel das áreas urbanas em uma nova perspectiva.
É nesse contexto que os planejadores urbanos, órgãos responsáveis e autoridades do setor de urbanismo já estão criando saídas verdes e sustentáveis capazes de abarcar não só o ambiente urbano, como também os animais e a fauna.
Soluções baseadas na Natureza
Ganham força as Soluções baseadas na Natureza, ou SbN. Em resumo, tratam-se de ações que visam proteger, restaurar e manejar sustentavelmente ecossistemas modificados e naturais, endereçando de forma eficaz e adaptativa os desafios da sociedade e promovendo benefícios para todos. Fazem parte do conceito a infraestrutura verde, os sistemas sustentáveis de drenagem urbana, o desenvolvimento de baixo impacto… Ou seja, soluções que colocam a fauna e a flora urbanas como enriquecedoras do espaço e capazes de criar benefícios para o meio ambiente como um todo.
Outro termo que ganhou espaço, e deve crescer ainda mais, é a “biofilia”, ou cidades biofílicas. Criado por Timothy Beatley, o conceito também é usado para dar nome a uma rede de cidades que têm um projeto em comum de trazer o design e o planejamento em favor da biosfera.
Para se considerar uma cidade biofílica, o espaço precisa aceitar esses sete princípios: natureza em abundância próxima a um grande número de habitantes; conexão dos cidadãos com flora e fauna nativas; espaços ao ar livre interligados, promovendo e facilitando uso da população; ambientes multissensoriais; educação da população em termos de natureza; investimento em infraestrutura que faça a conexão entre cidade e natureza e conscientização ampla dos impactos das questões ambientais.
“Investir em Soluções baseadas na Natureza e na consequente preservação dos ecossistemas é uma possibilidade real de reposicionar o Brasil na liderança do cenário internacional rumo a um caminho que fortaleça a bioeconomia, a geração de renda e empregos verdes, ativando uma estratégia de recuperação pós-pandemia com cidades mais inclusivas, resilientes, verdes e inteligentes”, escreveram Cecília Herzog, Victor Ferraz e Daniela Rizzi em artigo no site Nexo.
Cases de sucesso de proteção à biodiversidade
De certa forma, muitos planejamentos urbanos atuais, ao absorverem o conceito de “cidade para pessoas” e de “cidades sustentáveis”, já se tornam “bio-friendly”, quase que automaticamente, pois trazem ações que, por exemplo, valorizam os espaços verdes e diminuem a temperatura aparente e do concreto da cidade. O programa Interact Bio, promovido pelo ICLEI América do Sul, inclusive, reúne cases de SbN em cidades brasileiras.
É o caso de Belo Horizonte, que implementou a Trama Verde-Azul, que cria conexão entre áreas de conservação a regiões com potencial de regeneração por meio de práticas agroecológicas, sistemas agroflorestais e jardins de chuva. Já Campinas, em São Paulo, identificou a necessidade de conectar áreas ecológicas em sua região metropolitana. O processo foi feito em parceria com o INTERACT-Bio, que identificou as regiões de prestação de Serviços de Ecossistemas fundamentais, bem como descobriu os desafios a serem combatidos.
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