Perdas provocadas por catástrofes naturais somaram US$ 313 bilhões em 2022 no mundo. O cálculo é da seguradora Aon, que estimou prejuízos de US$ 5,5 bilhões no Brasil em decorrência dos eventos naturais extremos, como as enchentes em Petrópolis e em cidades no Pernambuco e em Alagoas.
No relatório “Weather, Climate and Catastrophe Insight 2023“, a seguradora indicou que as perdas de 2022 estão 4% acima da média anual do século 21. Os maiores impactos negativos foram causados pela passagem do furacão Ian, nos Estados Unidos, e pela onda de calor extremo na Europa.
“Novos recordes climáticos extremos foram quebrados e muitas regiões sofreram secas prolongadas e ondas de calor escaldantes. Este é um lembrete de que o impacto das mudanças climáticas nas comunidades ao redor do mundo é tangível e de que o comportamento dos eventos naturais seguirá afetando mais a todos”, indicou o documento.
Leia também: Mudança climática: o custo de não fazer nada pode ser de US$ 178 trilhões
O relatório atualizado do primeiro trimestre, mostrou que os prejuízos financeiros só estão aumentando. Apenas nos primeiros três meses de 2023, foram US$ 63 bilhões em custos com as contenções contra desastres naturais – quase a metade maior que a média de todo o século 21, que é de US$ 38 bilhões para o trimestre.
Prejuízo para o Brasil
O que trouxe mais prejuízos para o Brasil foram as secas que afetaram a indústria agro. De acordo com o relatório, as secas ocasionaram perdas de US$ 4,2 bilhões em 2022, enquanto as enchentes foram responsáveis pelo prejuízo de US$ 1,3 bilhão.
No primeiro trimestre de 2023, as perdas com as seis enchentes de grande magnitude que ocorreram no país somaram US$ 1,1 bilhão.
Leia também: O que faremos para Petrópolis e São Sebastião não virarem rotina?
O lado humano das catástrofes naturais
Algumas perdas, no entanto, não são possíveis de calcular em termos financeiros. No ano passado, 31,3 mil pessoas morreram em decorrência das catástrofes naturais pelo mundo. Destas, mais de dois terços foram diretamente ligadas a ondas de calor exacerbadas na Europa.
Foram um pouco mais de 19 mil fatalidades no continente europeu durante o verão de 2022. No Reino Unido, pela primeira vez na história, o alerta de calor foi elevado ao nível vermelho, quando a temperatura da região chegou a 40°C em julho de 2022. Nessa mesma época, foram registrados 42°C na costa francesa e improváveis 47°C em Portugal.
O relatório lembra que há um aumento de frequência e intensidade desses tipos de eventos. “Consequentemente, a Europa e outras regiões podem enfrentar mais implicações frequentes para a saúde e o bem-estar humanos, abastecimento de alimentos e agricultura, transporte, preços de energia, ou impacto nos ecossistemas naturais”, mostrou o documento.