Censo 2022: Brasil tem 203 milhões de habitantes e 90,6 milhões de domicílios

Crescimento da população foi abaixo das projeções; Censo 2022 do IBGE ainda mostrou redução no tamanho das famílias.

Por Redação em 12 de julho de 2023 3 minutos de leitura

censo 2022

O Brasil tem 203 milhões de habitantes. É o que indicou o Censo 2022, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados do principal levantamento sobre a população do País vieram abaixo das projeções do Instituto, que era de 213 milhões de habitantes. 

Nos últimos 12 anos, o Brasil teve ganho de um pouco  mais de 12,262 milhões de pessoas. De acordo com o IBGE, a taxa de crescimento populacional de 2010 a 2022 ficou em 0,52%, a menor desde o início da série histórica. E menor do que a metade do que era em 2010, quando o indicador estava em 1,17%. 

O Censo 2022 indicou que a região Sudeste segue sendo a mais populosa, com o total de 84,8 milhões de habitantes, ou 41,8% da população do País. Embora seja menos populoso, com 16,3 milhões, o Centro-Oeste registrou maior crescimento, resultando em taxa média de 1,2% ao ano, nos últimos 12 anos

Os menores crescimentos populacionais ficaram com o Nordeste e o Sudeste, cujas taxas são menores que a média do Brasil, de 0,52% ao ano.

A densidade demográfica brasileira, de acordo com o Censo 2022, é de 23,8 habitantes por quilômetro quadrado. Mas as regiões do País mostram diferenças brutais: na região norte, a densidade é de 4,5 moradores por quilômetro quadrado. Já no Sudeste, ela chega a 91,8.

34% mais domicílios

O Censo 2022 mostrou o aumento de 34% no número de domicílios no Brasil. De 2010 para 2022, o País foi de 67,5 milhões para 90,7 milhões de domicílios. Os domicílios improvisados somaram 66 mil e os coletivos, 105 mil. 

Esse aumento no total de domicílios está relacionado ao crescimento expressivo de duas categorias: os vagos e os de uso ocasional. Quando considerados os domicílios particulares permanentes não ocupados, em que há a soma dos dois tipos, o aumento foi de 80%, chegando a 18 milhões em 2022. 

Os domicílios particulares vagos aumentaram 87%, chegando a 11,4 milhões, enquanto os de uso ocasional cresceram 70% em 12 anos, totalizando 6,7 milhões.  “Os domicílios vagos são aqueles em que não há ninguém morando. Já os de uso ocasional são aqueles que são ocupados parte do tempo, como os de veraneio. De 2010 para cá, o aumento de domicílios ocupados foi maior, em números absolutos, mas em termos de proporção, os não ocupados tiveram um ganho maior no período”, afirmou o gerente técnico do Censo, Luciano Duarte, em entrevista à Agência IBGE. Os dados levantam a necessidade de se discutir o déficit habitacional brasileiro.

A cidade de São Paulo concentra a maior quantidade dos domicílios do País: 4,9 milhões. Em 2010, eram 3,9 milhões. A densidade demográfica da capital paulista foi de quase 3 mil pessoas por quilômetro quadrado. A realidade de altíssima densidade demográfica foi só vista no Rio de Janeiro. 

Censo 2022: famílias menores

Quando cruzados os dados populacionais e o de domicílios, é possível ver uma queda média de moradores por casa no Brasil. Em 2010, a média era de 3,31, em 2022 o valor ficou em 2,79, uma queda de 15%. Para se ter uma ideia, este número era de 4,59 em 1980. Ou seja, a família brasileira encolheu. 

 “No passado havia uma quantidade maior de famílias constituídas de um casal com filhos e normalmente eram muitos filhos. Hoje em dia, houve queda nesse tipo de arranjo familiar, com aumento de participação de outros arranjos, como casal sem filhos, mãe solo e unipessoais. Quando há casais com filhos, a quantidade é menor, em geral um ou dois. Ou seja, houve um aumento no número de arranjos com menos pessoas”, explicou o demógrafo do IBGE, Márcio Minamiguchi, em entrevista ao Instituto.

Média de moradores por domicílio em cada Estado do Brasil

  • Rio Grande do Sul – 2,54
  • Rio de Janeiro – 2,60
  • Espírito Santo – 2,67
  • Santa Catarina – 2,70
  • Minas Gerais – 2,71
  • Paraná – 2,71
  • São Paulo – 2,72
  • Goiás – 2,73
  • Bahia – 2,77
  • Mato Grosso do Sul – 2,79
  • Sergipe – 2,81
  • Rondônia – 2,83
  • Pernambuco – 2,83
  • Distrito Federal – 2,83
  • Mato Grosso – 2,85
  • Rio Grande do Norte – 2,88
  • Paraíba – 2,89
  • Ceará – 2,90
  • Tocantins – 2,93
  • Alagoas – 2,99
  • Piauí – 3,05
  • Acre – 3,16
  • Maranhão – 3,23
  • Pará – 3,31
  • Roraima – 3,51
  • Amapá – 3,63
  • Amazonas – 3,64