Com eventos climáticos extremos cada vez mais recorrentes nas cidades, estados e municípios ao redor do mundo, surge um novo cargo voltado especialmente para a resiliência nas cidades: o Chief Resilience Officer (CRO), ou seja, o diretor de Resiliência.
Com a função de ajudar as comunidades a se comunicarem, se prepararem e se adaptarem a desastres naturais ou condições climáticas extremas, os CROs já estão presentes na gestão pública de cidades em todos os continentes. Grandes municípios, como Paris, Nova Iorque, Medellín e Cidade do México já têm um profissional voltado unicamente para repensar como as cidades podem responder de forma transversal e única às adversidades causadas pelo efeito das mudanças climáticas.
Inicialmente, a posição era predominantemente um papel financiado por Organizações Não-Governamentais (ONGs) ou filantrópicas, no entanto, ao longo do tempo as cidades começaram a construir escritórios completos de resiliência.
Importância do CRO para a resiliência nas cidades
Um dos aspectos mais importantes da criação de uma função de resiliência separada de secretarias de habitação ou de mobilidade já existentes é que a sua natureza é transversal e intencionalmente central. Ou seja, o CRO e a sua pasta conseguem agir em todas as áreas em que os eventos extremos podem impactar, como o abastecimento de água, alimentos e energia. A ideia é garantir que os riscos em cascata de um setor não interrompam vários outros.
Receita para um bom CRO
Independentemente da formação, o CRO precisa ser capaz de antecipar as ameaças, resistir ao choque inicial, identificar as ações necessárias para adaptar e restaurar operações e ter a capacidade de moldar a dinâmica da cidade de maneira rápida. Em resumo: ter pensamento amplo, ser capaz de coordenar atividades horizontalmente em toda a cidade e fazer planejamentos antecipados para eventos que podem nunca ocorrer, isto é, ser o protagonista da resiliência nas cidades.