Concreto sustentável que “suga” gás carbônico é testado nos EUA

Material também emite menos CO2 e tem a capacidade de se auto regenerar.

Por Redação em 28 de abril de 2022 2 minutos de leitura

O concreto é um dos principais insumos do setor de construção. É difícil pensar em prédios ou cidades que não precisem desse material. Tal necessidade, paralela à busca por soluções de menor impacto ambiental, tem levado a indústria a procurar meios de criar ou desenvolver um concreto sustentável. Duas pesquisadoras do Worcester Polytechnic Institute, nos Estados Unidos – Suzanne Scarlata e Nima Rahbar – podem ter chegado a uma solução: um concreto que se auto curativo e que absorve gás carbônico.

As pesquisadoras desenvolveram um substituto concreto que absorve da atmosfera o CO2 – um dos Gases de Efeito Estufa (GEE). Além de servir como material de construção sustentável para substituir outros insumos, os pesquisadores acreditam que o Material de Construção Enzimático (ECM, na sigla em inglês) pode ser usado para reparar ou remendar furos no concreto existente, ou seja, ele seria também auto curativo.

O novo produto é produzido a partir de um “biomaterial” composto por areia e anidrase carbônica – uma enzima encontrada em células vivas, que precisam do gás carbônico para sobreviver. O resultado é um material capaz de absorver o CO2 do ar. Além disso, ao contrário do concreto convencional, o ECM produz muito menos CO2 e também pode ser reciclado. Para se ter uma ideia, enquanto o material tradicional produz 400 libras de gás carbônico por metro cúbico, o ECM emite apenas 18 libras de CO2 por metro cúbico. 

Concreto sustentável está em fase de testes

A inovação, contudo, ainda deve levar um tempo até chegar ao mercado, já que o produto está em fase de testes. O principal desafio por enquanto é em relação à resistência do material. O concreto típico tem resistência que varia de 20 a 40 MPa (Mega Pascal – unidade padrão de pressão e tensão no Sistema Internacional de Unidades, usada para medir a resistência característica à compressão), o suficiente para servir à construção de prédios, mas o ECM atual tem uma resistência de cerca de 12 MPa. As pesquisadoras, no entanto, apontam que esse valor seria o suficiente para que o material fosse usado em projetos com demanda de carga menor, como os muros laterais de casas.