Para o aluguel se transformar em uma ferramenta em favor da habitação popular, algumas mudanças precisam ser acatadas pelo mercado de financiamento imobiliário. Trabalhadores informais, autônomos, estudantes, pessoas com nome “negativado” precisam chegar a esse mercado. A fintech imobiliária brasileira Alpop atua exatamente nesse segmento e mostra que há procura: em 2021, a startup teve alta de 840% em seu faturamento.
“A negativação ou baixo score não significa que esses trabalhadores não sejam bons pagadores de aluguel. As pesquisas mostram que eles deixam de pagar contas, como a do cartão de crédito, justamente para pagar o aluguel”, disse o fundador da Alpop, Caio Belazzi, em entrevista ao Capital Reset.
A fintech imobiliária de baseia em algoritmos populares
A empresa criou um método de análise cadastral que realiza um filtro qualitativo de pessoas que não seriam aceitas em outros mecanismos de seguradoras imobiliárias. De acordo com Belazzi, a companhia usa 22 parâmetros “alternativos” para fazer a análise de risco dos clientes. Os algoritmos da Alpop fazem a gestão financeira, enquanto a imobiliária faz o gerenciamento do contrato.
Se acontecer um atraso, o sistema de cobrança da Alpop envia mensagens para o morador, mas garante o pagamento para as imobiliárias. Ao garantir o pagamento, o sistema acaba sendo atrativo para profissionais que recebem por serviço prestado ou para os informais, com flutuações na renda mensal. De acordo com Belazzi, a inadimplência é baixa, ficando por volta de 3%. O tíquete médio de locação da plataforma é de R$ 1,1 mil.
Números da fintech imobiliária
Atualmente, a startup tem 1,3 mil contratos ativos e parceria com 95 imobiliárias, em mais de 60 municípios. De acordo com o Capital Reset, até março de 2022, R$ 1,6 milhão já tinham passado pela Alpop – com a expectativa de se atingir R$ 5 milhões até o final do ano. Para os próximos 18 meses, o plano é crescer 16 vezes.