Horta urbana dentro do shopping?

Com tecnologia, startup brasileira BeeGreen cresce levando alimentação saudável por meio de "fazendas" urbanas.

Por Redação em 9 de setembro de 2022 3 minutos de leitura

horta urbana
Divulgação - BeGreen

Alimentação saudável e fresca faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento (ODS) Sustentável da ONU e as hortas urbanas têm sido uma saída inteligente para isso ao possibilitar o aproveitamento dos espaços em prol de uma oferta de comida mais rápida e fresca para um maior número de pessoas. Além das soluções que parecem mais distantes da realidade brasileira, como a horta urbana nas alturas com tecnologia hidropônica proposta por uma startup de Hong Kong, as que estão prestes a se tornarem realidade, como a maior horta urbana do mundo, planejada pelo Rio de Janeiro, ou mesmo os centros alimentares locais, agora é a vez dos shoppings e indústrias virarem espaço para plantar comida.

horta urbana
Divulgação – BeGreen

A startup brasileira BeGreen criou um modelo de plantações que conseguem se manter saudáveis em lugares como pátios industriais e shoppings centers. Atualmente, a companhia tem oito “fazendas” espalhadas pelos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Uma delas está localizada dentro da fábrica da Mercedes-Benz. Há também hortas em shoppings no Rio de Janeiro e em Salvador, além de uma feita nas alturas, em cima do prédio sede da iFood, em Osasco, na região metropolitana de São Paulo.

A localização ajuda em uma via de mão dupla: por um lado, a BeGreen se beneficia de estar perto do seu público consumidor; por outro, as empresas que têm hortas internas contam com a ajuda das hortaliças para reduzir a emissão de gás carbônico. 

Horta urbana integra tecnologia para alimentação das cidades

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Divulgação – BeGreen

Criada por Giuliano Bittencourt, a BeGreen utiliza a tecnologia hidropônica, o que significa que as sementes são cultivadas com raízes na água, resultando em economia no consumo de água e no uso do espaço. “Usamos a tecnologia para criar o ambiente ideal para as plantas crescerem. Não precisamos utilizar agrotóxicos, apenas defensivos biológicos. Tudo isso nos torna 28 vezes mais produtivos por metro quadrado do que um produtor convencional”, disse Bittencourt em entrevista ao NetZero

Com o modelo, a empresa já teve crescimento de 300% na receita, no período de 2019 a 2021, e prevê novas ondas de alta. A produção das unidades é de 22 toneladas de alfaces, rúcula, agrião, folhas de beterrabas e temperos por ano, mas a projeção é que esse número dobre ao longo de 2022 e 2023, com a ajuda de novos membros da família: leguminosas e frutas.

Distribuição eficiente

Os centros alimentares locais são um passo para diminuir o desperdício de alimentos e também a pegada de carbono da indústria alimentícia como um todo. As fazendas da BeGreen reduzem o desperdício de alimentos a 1% – o indicador pode chegar a 70% na América Latina. “Nossa maior ambição ESG é chegar ao desperdício zero em todas as fazendas”, disse Bittencourt ao NetZero. 

“Em termos de ODS, sabemos que impactamos em água, cidades sustentáveis, emissão de CO2, desperdício e fome, mas a partir do momento que tivermos o arcabouço de medição de um ano completo para todas as nossas fazendas, o que deverá acontecer no final de 2022, começaremos a definir o quanto teremos que reduzir em desperdício e o que fazer para zerar as emissões em fazendas onde isso ainda não acontece”, planeja o empreendedor.