Mercado residencial segue em transformação com 5 tendências pós-pandemia

Novas tendências de moradias surgiram devido aos hábitos e comportamentos gerados pela pandemia da Covid-19. Confira os principais aspectos.

Por Redação em 26 de setembro de 2022 4 minutos de leitura

mercado residencial

Cerca de dois anos após o pico da pandemia da Covid-19, o setor imobiliário ainda passa por transformações alavancadas pelas mudanças comportamentais, necessidades e anseios da população. As pessoas passaram a olhar os espaços em casa com outra perspectiva e traçaram um caminho em busca da praticidade no dia a dia, além de valorizar mais o bem-estar e a sustentabilidade. Estes pontos foram levantados pela pesquisa quantitativa “Tendências de Moradia 2022”, realizada pela DataZAP+ e divulgada durante o evento Conecta Imobi, promovido em São Paulo, e mostram as tendências no mercado residencial. 

Danilo Igliori no evento Conecta Imobi 2022 (Foto – Reprodução: Conecta Imobi via Twitter)

Foram 500 compradores participantes da pesquisa, a maioria da geração X, com idade média de 52 anos, das classes A e B. Dentre eles, 81% disseram que pretendem adquirir um imóvel nos próximos doze meses. Isso reflete o fato de as pessoas passarem a ter uma nova visão da utilidade do lar, pois, agora, não se trata apenas de um local para descanso, é também um ambiente de trabalho e estudo remotos, sem deixar de lado o lazer. 

Principais tendências de mercado residencial após o isolamento pandêmico

De acordo com o Head da DataZAP+, Danilo Igliori, a pandemia acelerou fatores que já estavam presentes no mercado imobiliário, dando como exemplo as iniciativas ligadas ao meio ambiente, automação, segurança e conforto que ganharam destaque após o período pandêmico.  Casas com cômodos e espaços bem divididos ganharam visibilidade a fim de proporcionar mais privacidade aos ocupantes, resultando em uma revalorização das plantas antigas. Vale lembrar que a tendência anterior era baseada nos espaços integrados e sem paredes, embora ainda houvesse uma procura por separar os cômodos. No entanto, a pandemia impulsionou esta configuração de divisão bem definida, devido ao home office que modificou estruturas de negócios e, consequentemente, residências.

1. Escritório em casa

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Diversos profissionais precisaram mudar o ambiente de trabalho, saindo dos escritórios para ocupar um espaço em casa. Houve uma dificuldade na adaptação dos mesmos no início, porém, muitos gostaram da ideia e não pretendem voltar às corporações presencialmente, já que não é necessário enfrentar os problemas de mobilidade urbana enquanto trabalha no conforto do lar. 

Nesse cenário, muitas pessoas preferiram procurar imóveis que possuem espaço para um escritório. Segundo os dados mostrados no relatório da DataZAP+, para 56% dos compradores que trabalham e podem fazer home office, trabalhar na residência influenciou na busca por imóvel com mais espaço.  Além disso, determinados públicos apresentam preferências distintas em relação ao local de home office. Por exemplo, 48% das mulheres optam por um ambiente arejado e iluminado naturalmente para que seja prazeroso trabalhar naquela área, enquanto 46% do público masculino apenas prefere um imóvel que contenha espaço suficiente para comportar um escritório.

Veja também o episódio 06 do podcast Habitability:

2. Espaços para lazer

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O isolamento mostrou que é importante valorizar a saúde mental e física. Momentos de lazer e relaxamento são essenciais para o corpo humano, pois liberam hormônios como endorfina, dopamina e adrenalina que ajudam na regulagem do organismo e humor. Aqueles que possuíam uma casa com piscina ou academia, tiveram a oportunidade de desfrutar desses elementos. 

Por isso, o mercado residencial testemunhou uma maior procura por imóveis que oferecem opções de lazer, como churrasqueira, piscina, academia e salão de festas, além de áreas verdes dentro dos condomínios. Estes se tornaram as áreas convencionais mais importantes para o público e que influenciam diretamente na escolha do imóvel para morar. 

3. Mobilidade urbana

Tempo gasto com direção e locomoção faz diferença na vida dos cidadãos de uma cidade. Uma pesquisa desenvolvida pelo NZN Intelligence, em parceria com o Estadão Summit Mobilidade Urbana, registrou que 40,2% dos entrevistados intensificaram o uso do carro particular para evitar aglomerações. Além disso, 31,6% passaram a se deslocar mais a pé ou de bicicleta. 

Essa mudança de hábitos se confirma por meio do levantamento da DataZAP+, uma vez que os clientes passaram a considerar como um dos principais aspectos na hora de adquirir um bem, imóveis próximos de vias de acesso e avenidas com o foco em facilitar a locomoção pela cidade. A proximidade com parques e áreas verdes é indicado por cerca de 3 em cada 10 entrevistados. 

4. Serviços em torno de casa

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E-commerces e aplicativos de entrega ganharam destaque no período pandêmico, mas, ainda assim, o modelo da Cidade de 15 minutos se faz valer. A proposta desse estilo, criado em Paris, busca solucionar os problemas causados pela urbanização desenfreada. A ideia é fazer com que a população consiga estar mais integrada à região na qual reside, tendo acesso aos inúmeros serviços básicos. 

Indo ao encontro desse movimento, 80% do público está procurando residir próximo a supermercados e padarias. Já farmácias, hospitais e bancos, são essenciais para 35%, 29% e 23%, respectivamente. O objetivo dos compradores consiste em realizar tarefas simples do cotidiano a pé. 

5. Sustentabilidade

A busca por empreendimentos sustentáveis não se dá apenas no aumento da consciência ecológica da sociedade. As práticas sustentáveis na construção civil e arquitetura também são responsáveis por trazer grandes benefícios aos ocupantes desses locais, tanto em questões financeiras quanto em relação ao conforto. 

Os preços da energia e da água aumentam de forma constante ano a ano e, com a elevação populacional, a demanda e os custos tendem a avançar de maneira proporcional. Desse modo, cerca de 7 em cada 10 entrevistados consideram relevante residir em imóveis que tenham reservatório de água da chuva ou bioarquitetura. Enquanto os sistemas de reaproveitamento de água tendem a ser mais indicados por 69% dos moradores das capitais.