O metaverso poderá moldar o mercado imobiliário nos próximos anos, segundo uma reportagem do USA Today. O conceito, aliás, ainda não tem uma definição fechada, mas de forma geral envolve recursos que replicam a realidade por meio de dispositivos digitais. Entram nesse pacote a realidade aumentada, a realidade virtual, a inteligência artificial, o aprendizado de máquina, o 5G e outras tecnologias. Resumidamente, o metaverso cria a convergência entre os mundos real e virtual. Algumas empresas estão usando essa convergência para atacar – e quem sabe moldar – o futuro do segmento. Na América do Norte, a UpEquity e a Tokens.com são dois exemplos.
A startup UpEquity combina aprendizado de máquina, inteligência artificial e algoritmos para verificar os aplicativos e aprovações dos clientes que estão negociando hipotecas. O uso das tecnologias permite que ela os identifique com mais rapidez, o que é um diferencial no mercado norte-americano, onde as hipotecas são um padrão da aquisição de imóveis.
O interessante na UpEquity é que ela também foca nos potenciais compradores de imóveis, que têm ofertas em dinheiro. Segundo o CEO e cofundador da startup, Tim Herman, o aparato tecnológico usado pela empresa reduziu os tempos de fechamento de compra de casas de 50 dias – padrão da indústria – para 18 dias.
Um dos focos da empresa é o que ela chama de “Power Buyers”, caracterizados pela oferta de compra em dinheiro e não pela escolha de hipoteca. Mas o universo de potenciais clientes é maior e para eles os recursos oferecidos podem envolver desde passeios imersivos em 3D por imóveis até o mapeamento digital de propriedades.
Para os fundadores da UpEquity, esse tipo de tecnologia passou da fantasia para a realidade, pois as precauções de segurança da Covid-19 influenciaram o comportamento do comprador. O avanço dos recursos de metaverso pode, inclusive, levar os compradores a decidir sua compra em minutos, o que é um diferencial no mercado competitivo dos Estados Unidos.
A Tokens.com, por sua vez, trabalha literalmente com o mercado imobiliário virtual. Tem sede em Toronto, no Canadá, mas opera um site virtual em Decentraland, no Crypto Valley (chamado de Vale do Silício no metaverso, segundo o USA Today).
Ela tem comprado terrenos virtuais para eventos, jogos e outras atividades, e o seu exemplo motiva outras iniciativas como a da Republic Realm, empresa imobiliária do metaverso sediada em Nova York. Uma das mais recentes investidas da Republic foi o aporte de US$4,3 milhões em terras digitais, por meio do The Sandbox, um site popular de imóveis virtuais.