Um lar é mais do que quatro paredes e um teto. Assim como uma cidade é mais do que casas e bairros. São as pessoas, e a qualidade de vida delas, que conta na hora de transformar uma casa em um lar. Para o Moradigna, arrumar o espaço interno já é um começo desse caminho.
O projeto torna mais acessíveis as reformas em casas e apartamentos de periferias. Com isso, os moradores têm a possibilidade de fazerem as melhorias que desejam, impactando diretamente a forma que veem, até mesmo, o próprio bairro.
“Ofertamos isso para a população de baixa renda. Estava acostumado a fazer mutirão e aquilo me frustrava, porque era pontual. Quando vi os negócios sociais, vi que era uma solução perene”, explicou o criador do projeto, Matheus Cardoso, ao podcast Próxima Parada, da Agência Mural .
Moradigna, da beleza à saúde
As reformas do Moradigna tem foco no combate à insalubridade. Mais do que deixar os ambientes bonitos, são ações para deixá-los mais seguros. O projeto tira mofo, abre janela, aumenta ventilação e instala redes elétrica e hidráulica. “São pequenos reparos que fazem toda a diferença para a família morar melhor dentro daquela casa”, contou Cardoso, em entrevista ao G1.
Engenheiro, ele também já sentiu na pele os problemas que hoje ajuda a resolver, pois passou por poucas e boas na casa em que morou no Jardim Pantanal, na periferia de São Paulo.
“Vivi o problema que a gente resolve hoje”, disse na entrevista ao G1. Segundo ele, por conta das enchentes, a sua casa estava sempre precisando de um “puxadinho”. E isso o fez olhar para as reformas como um ato de melhora para vida das pessoas.

Parceria com o bairro e com as empresas
Em três anos, o projeto já fez quase mil obras, atuando em São Paulo/SP, Rio de Janeiro/RJ e Manaus/AM. Quem bota a mão na massa para reconstruir as casas são pedreiros da própria comunidade onde as casas estão localizadas.
Cardoso explica que essa é uma forma de criar conexão com o entorno e também criar empatia nos bairros. “Os pedreiros, por fazerem parte da comunidade, entendem a real necessidade daquela família. A qualidade da obra é superior”, disse Cardoso.
É nesse não tão pequeno detalhe que o projeto acaba devolvendo para a comunidade o mesmo que cria para os moradores de cada casa – oportunidade para melhorar a condição de vida, ao criar trabalho e renda. Além disso, ao tirar a salubridade de uma casa, a reforma valoriza toda a rua e todo o bairro.
Uma obra tem três pontos importantes: material, mão de obra e recursos financeiros. O material fica por conta das empresas parceiras do Moradigna. Recentemente, o Moradigna fez parceria com a EDP Brasil (holding brasileira do setor elétrico) para fazer instalações elétricas de qualidade em casas da periferia. Além da melhora das instalações elétricas, o projeto vai capacitar a comunidade em segurança com instalações elétricas de acordo com diretrizes da NR10, o que também pode gerar emprego e renda para a população.
A mão de obra está representada pelos próprios membros da comunidade, a exemplo dos pedreiros. Já os recursos financeiros são viabilizados pelas empresas parceiras do projeto, que ajudam a oferecer microcrédito para as famílias, já que as obras são oferecidas a baixo custo e com possibilidades de parcelamento maiores. O financiamento mais alongado faz com que as pessoas consigam fazer melhorias nos seus ambientes. Um lar doce lar, mas para todos, com os frutos de um ciclo virtuoso pleno.