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Painéis solares ganham espaço nas cidades brasileiras
A implementação de painéis solares nas cidades proporciona uma experiência melhor aos consumidores, unindo tecnologia e sustentabilidade.
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Redação em 7 de junho de 2023 4minutos de leitura
O sistema solar fotovoltaico está conquistando cada vez mais espaço nos telhados de edifícios residenciais e comerciais. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar (ABSOLAR), em 2023 o Brasil já conta com mais de 1,6 milhão de sistemas instalados em todo o País, sendo 79% residenciais. Os números revelam uma tendência crescente de investimento em painéis solares, impulsionado pelos benefícios econômicos, facilidade de instalação e uma queda de ate 40% nos preços dos equipamentos.
Com a recente eliminação do imposto de importação sobre painéis solares, essa fonte de energia se tornou ainda mais acessível e atrativa para os consumidores urbanos, o que é particularmente relevante em períodos de aumento dos preços da energia elétrica.
Segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o preço por megawatt/hora da tarifa residencial no Brasil em 2015, era de R$ 462,80. Porém, no final de 2022, saltou para R$ 688,30, representando um acréscimo de 48,7% em oito anos. O custo de geração passou de R$ 202,70 para R$ 260,50 no período, um incremento de 28,5%, o que torna a energia solar convidativa para o bolso, apesar do investimento inicial significativo. Isso porque os equipamentos também possuem uma vida útil longa, podendo durar até três décadas ou mais, enquanto reduzem o custo da eletricidade em até 95%.
Além das questões econômico-financeiras, os painéis solares é de extrema importância pela sua contribuição com a sustentabilidade. A preocupação em reduzir a pegada de carbono e adotar produtos sustentáveis impulsiona a busca por fontes de energia limpa. Segundo estimativas do Ministério de Minas e Energia, a instalação de painéis solares fotovoltaicos quadruplicará até 2030.
Ao contrário de que pode se imaginar à primeira vista, atualmente a instalação de painéis solares já vai muito além das coberturas e telhados dos imóveis. Sacadas, paredes de prédios e condomínios já podem ser aproveitados para este fim. Embora as coberturas, telhados e lajes sejam as áreas mais favoráveis devido à sua amplitude e exposição direta ao sol, novas soluções estão surgindo para posicionar os painéis em locais alternativos, como áreas comuns de condomínios, fachadas e quintais.
Essa flexibilidade na instalação proporciona maior adaptabilidade aos diferentes tipos de edificações e amplia as opções para a geração de energia solar em áreas urbanas, proporcionando mais liberdade para escolher a melhor configuração de acordo com as necessidades e características específicas do local.
Cidades inteligentes e energia solar
Diversas cidades estão empenhadas em se transformarem em centros urbanos inteligentes, limpos e sustentáveis. A tecnologia da energia solar se apresenta como um apoio nesse processo, sendo uma fonte de energia renovável essencial.
Os painéis solares podem ser facilmente integrados em diferentes partes de uma área sustentável, como estacionamentos solares, postes de iluminação, carregadores de dispositivos eletrônicos alimentados por energia solar e edifícios equipados com sistemas solares fotovoltaicos. Além disso, a perda de energia é mínima, já que o sistema fotovoltaico é instalado próximo ao local de consumo.
A utilização de sistemas fotovoltaicos ainda dispensa a necessidade de grandes áreas de terra que seriam alagadas ou desmatadas, como ocorre nas hidrelétricas. Isso permite uma geração eficiente de energia em várias usinas menores, próximas às cidades ou mesmo em residências e edifícios.
Energia solar no Brasil
O Brasil, com sua localização privilegiada para captação de energia solar, ainda está muito aquém de seu potencial na produção de energia fotovoltaica. Atualmente, a energia solar representa apenas 11,6% da matriz energética nacional, um número bastante modesto considerando o potencial brasileiro para este tipo de energia.
No entanto, o número de lares e empresas que adotam painéis solares para a geração de energia está em constante crescimento, resultando na entrada do Brasil no ranking dos dez maiores países com energia solar do mundo.
Florianópolis se destacou no mercado de geração distribuída como o município que mais adicionou energia solar no Brasil em 2022. Ao longo do ano, foram conectados 20,4 mil novos sistemas fotovoltaicos, totalizando 314 MW. O valor é quase o dobro da segunda colocada, Brasília/DF. Em relação aos estados, São Paulo liderou o avanço da geração distribuída em 2022, seguido por Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
A demanda vem principalmente de residências e cidades como um todo que desejam reduzir as contas de energia elétrica e optar por fontes de energia limpas e sustentáveis. Contudo, embora 75,2 milhões de residências brasileiras sejam aptas a adotar a energia solar, apenas 2,2% delas se beneficiam desse sistema, de acordo com dados da ABSOLAR. Um dos principais obstáculos para a instalação da tecnologia fotovoltaica no Brasil é o alto custo inicial associado à aquisição dos painéis solares.
Estímulo à adoção dos painéis solares
Segundo dados da Greener, uma empresa sediada em São Paulo que pesquisa o mercado fotovoltaico, mais da metade (54%) dos investimentos recentes em instalação de painéis solares e geração de energia solar no Brasil foram financiados por meio de crédito obtido em instituições financeiras. Além disso, até 2026, está em vigor a isenção de impostos sobre os painéis fotovoltaicos.
Essas medidas têm impulsionado o aquecimento do setor, incentivando cada vez mais a adoção da energia solar como uma alternativa econômica e sustentável. Com a redução dos custos e maior conscientização sobre os benefícios ambientais, é esperado que a adoção da energia solar no Brasil continue a crescer nos próximos anos. Em termos mundiais, segundo o relatório divulgado pela IndexBox, organização que atua no campo de pesquisa de mercado, é esperado que o mercado global de painéis solares eenergia solar registre um aumento anual de 18% até 2030.
Veja também o episódio 28 do podcast Habitability:
Aproveitar o potencial da energia solar fotovoltaica não apenas impulsionará a economia e reduzirá os custos de energia, mas também desempenhará um papel fundamental na transição do Brasil para um modelo energético mais limpo e sustentável, alinhado ao sétimo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) pactuado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e seus países membros, que visa assegurar o acesso à energia limpa e acessível para todos.
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