Prêmio Habitability celebra presente e futuro das cidades
Evento lota teatro da FAAP, em São Paulo, e dá palco para iniciativas inovadoras para a construção de cidades mais sustentáveis, diversas e humanas.
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Redação em 7 de novembro de 2022 5minutos de leitura
Uma cidade em que todos possam não só viver, mas habitar. Este é um sonho não para o futuro, mas também para o presente da sociedade, que foi celebrado no primeiro Prêmio Habitability, que foi entregue nesta quinta-feira à noite (3 de novembro), na capital paulista.
A plateia que lotou o teatro da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) foi composta por atores das áreas pública, privada e acadêmica, além do terceiro setor. O elemento motivador foi a celebração das iniciativas que já colocam em prática a capacidade e a potência do ser humano para mudar o ambiente em que vive.
Divididos em cinco categorias – convivência, transformação, consciência, sentidos e caminhos –, os prêmios foram distribuídos por um grupo de 12 curadores, responsável pela escolha dos homenageados. A seleção foi feita entre quase 150 projetos espalhados por todo o país. Confira aqui a lista completa dos homenageados.
“Em menos de dez anos, teremos oito bilhões de pessoas no planeta, convivendo em sociedade. Por isso é tão importante discutir e criar alternativas para um futuro que chega cada vez mais rápido. São soluções que viabilizam cidades mais sustentáveis, melhores para nós e para o mundo”, disse o CEO da MRV&Co, Eduardo Fischer.
O habitar desacelerado
“Ao combinarmos nossos saberes ancestrais com as novas tecnologias e o compromisso da sociedade da qual nós somos agentes, podemos transformar a cidades em lugares não apenas sustentáveis, mas de celebração da vida de todos os seres”, falou o ator Dan Stulbach, em seu discurso inicial do 1º Prêmio Habitability, trazendo um toque de leveza e bom humor à apresentação do evento.
O clima de celebração estava presente entre os homenageados, que usaram o púlpito não apenas para apresentar suas iniciativas, mas também para falar sobre o mundo que estão criando a partir delas. Um exemplo disso foi a fala da homenageada na categoria Convivência, Michelle Prazeres, líder do Desacelera SP, uma iniciativa que prega criar uma cultura de desaceleração para a cidade, tornando-a mais amigável para todos.
“A aceleração não é só da tecnologia, ela é social. A aceleração está ligada a uma dimensão do progresso que podemos aprender a construir. E a aceleração está condenando a gente. Se não desacelerarmos, vamos acabar com a humanidade. A aceleração detona a convivência. E a convivência é essencial para a gente dar sentido para o espaço da cidade”, disse Michelle.
A homenageada pelo prêmio Caminhos, Simony Cesar, do projeto Nina, também exaltou a convivência em seu discurso, focando em como a análise de dados pode criar uma cidade melhor para mulheres habitarem. O NINA é uma plataforma que dá a apps de mobilidade um canal para denúncia para situações de assédio. Além deste canal, a plataforma criada por Simony coleta dados dessas denúncias e cria um mapa para que a prefeitura consiga agir de maneira mais assertiva.
“Sabemos que políticas públicas precisam ser feitas de forma mais assertiva, e por isso tudo utiliza uma base de dados”, comentou Simony. “Queremos construir as cidades do futuro, mas já estamos construindo as do presente”, completou a homenageada no 1º Prêmio Habitability.
O habitar sustentável
A sustentabilidade esteve presente dentro e fora do Prêmio Habitability. O evento foi carbono neutro, a partir de um trabalho em parceria com a Eccaplan. Dentro do evento, a sustentabilidade ambiental foi o mote dos homenageados das categorias consciência e sentidos.
O ganhador da categoria consciência, Eduardo Ávila apresentou o RevoluSolar, um projeto que leva células fotovoltaicas para comunidades do Rio de Janeiro, que deve, em breve, chegar a São Paulo e à Amazônia. “A gente se estrutura para mostrar que desenvolvimento não precisa ser o oposto de sustentabilidade e meio ambiente. Temos tecnologia que viabiliza a construção de modelos comunitários, sustentáveis e com progresso”, disse ele.
Já as ganhadoras da categoria Sentidos foram as criadoras do escritório de arquitetura RUÍNA, Julia Peres e Victoria Braga. As arquitetas utilizam escombros para criar novas formas de construir e novos tipos de materiais de construção, trazendo para o setor o conceito de economia circular. “Nós somos um escritório jovem, encabeçado por duas mulheres que acreditam muito intensamente no poder de transformação da arquitetura social e ambientalmente correta“, disse Victoria.
O habitar de todas e todos
O último prêmio da noite foi o da categoria transformação, concedido às arquitetas Carina Guedes e Luh Dandara, do projeto Arquitetura da Periferia.
O projeto já existe há dez anos e atua nas periferias de Belo Horizonte, capacitando mulheres com oficinas e aulas de técnicas de construção. Com o programa, as líderes da família promovem mudanças nas casas e podem, até mesmo, se tornarem parte da mão de obra da construção.
“A transformação vai muito além da transformação do espaço. O mais incrível é ver a transformação interna da equipe de mulheres que participam do Arquitetura da Periferia. A arquitetura não é só desenho, ela é a transformação do espaço pelo trabalho humano. Então, todas nós estamos fazendo arquitetura ali”, disse Carina.
“O que devo dizer é que as mulheres estão construindo o futuro. A força das cidades vem de dentro da comunidade, das periferias. O povo preto e periférico está construindo as cidades e é importante que esse prêmio não fique só no troféu, mas que se transforme em parcerias para aqueles que constroem, de fato, a soceidade”, disse Luh Dandara.
Desenhar, projetar, construir, morar, conviver. Habitar um lugar é tudo isso. “Habitar e se relacionar não são apenas conceitos que se misturam, mas sim que se complementam”, disse Fischer, em discurso que encerrou o evento. “O melhor jeito de prever o futuro é construir o futuro”, finalizou o executivo.
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