Serviços imobiliários digitais podem trazer inovação para setor de construção

Em debate no Conecta Imobi 2022, diretor da Luggo fala do papel do digital em transformar o setor.

Por Redação em 30 de setembro de 2022 2 minutos de leitura

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Novos modelos vindos do digital estão chegando também no mercado de incorporadoras, como os serviços imobiliários digitais. De olho em formas diferentes dos usuários morar, a construção civil, por meio das incorporadoras, está desenvolvendo soluções voltadas para o aluguel. O assunto foi tema de debate entre executivos do setor no Conecta Imobi 2022, evento que aconteceu nos dias 21 e 22 de setembro, em São Paulo.

A entrada das incorporadoras no mercado de serviços imobiliários é vista como um caminho para a inovação. “É como uma combinação de hardware e software”, apontou Rodrigo Resende, fundador da Luggo – proptech que desenvolve empreendimentos para locação – e diretor de inovação da MRV&Co. Além do aluguel, a Luggo oferece para os moradores serviços, como garagem on demand, internet compartilhada, lavanderia compartilhada, mercado de conveniência e diarista. “À medida que conseguimos controlar mais a gestão dos serviços do empreendimento, conseguimos inovar mais rápido, porque conseguimos atualizar os processos a partir das demandas”, disse ele.

Um exemplo que o executivo deu foi que, ao saber o quanto os usuários utilizam a lavanderia, por exemplo, os prédios da Luggo podem adaptar os serviços e até mesmo os tamanhos dos locais. Assim, os prédios ficam cada vez mais adaptados e eficientes para os moradores.

Build to Rent: uma nova tendência de serviços imobiliários

A tendência de construir um imóvel unicamente para alugá-lo já está tão forte que tem até um nome: “multifamily”. Os residenciais multifamiliares são imóveis comerciais no qual todos os apartamentos são destinados ao aluguel e têm apenas um único proprietário. Ou seja, todos os moradores são locatários.

A JFL Realty é uma das companhias focadas nesse mercado no Brasil. De acordo com a sócia-fundadora e CEO da empresa, Carolina Burg, o built to rent acompanha uma outra tendência geracional: a da economia compartilhada. “Existe uma cultura que está crescendo que diz que enquanto a pessoa usa, o produto é dela, mas ela não precisa carregá-lo para ter a posse”, explica Burg.

Nesse sentido, os apartamentos da JFL Realty são completamente mobiliados. Os espaços já prontos para morar trazem praticidade para os clientes. “A praticidade não tem preço, e tem um valor para quem precisa de rapidez”, disse Burg. 

Desafios de construir para alugar

Construir para alugar tem suas complexidades. Resende aponta que a primeira preocupação é com a localização das construções. “São espaços que precisam estar próximos dos polos geradores de renda. O terreno de aluguel precisa estar próximo de onde tem a demanda”, comenta.

“O funil de vendas da locação é inversa: são produtos para muitos clientes”, aponta o diretor comercial da J.Simões Engenharia, Daniel Otoch. Segundo ele, isso pressiona as incorporadoras a ganharem escala. Nesse processo, Resende acrescenta que a tecnologia é essencial.

Já para os investidores, Otoch lembra que é preciso indicar que o imóvel feito para aluguel pode ter um rendimento diferente. “O imóvel desta categoria funciona mais como um ativo de ações do que com um ativo de renda fixa”, pondera o executivo da J.Simões.