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Super App X: o que a transformação do ex-Twitter tem a ver com as cidades?
Veja como os aplicativos podem influenciar nas escolhas dos usuários e ajudar a potencializar serviços e refinar experiências.
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Redação em 11 de agosto de 2023 4minutos de leitura
Sede do Twitter com novo logo (Foto: Reprodução/ Twitter Linda Yaccarino)
Elon Musk acabou de anunciar a mudança de nome do Twitter – agora X – e, também, que pretende transformá-lo em um super app. A explicação do empresário “para onde vai o microblog”, foi no mínimo simplista: “Ele será o app de tudo”, escreveu o bilionário em suas redes sociais.
Mas o que seria esse “aplicativo de tudo”?
Na verdade, em 1999, Musk já havia tentado essa jogada quando lançou o banco online X.com, cujo conceito original era transformar o site em uma “loja completa para todas as necessidades financeiras”. Essa empresa acabou se transformando no que hoje conhecemos como PayPal, onde Musk tentou (e falhou) trazer de volta o nome X.
Em 2023, o X.com está de volta com a intenção de substituir o Twitter por um super app. Especula-se que Musk pretende transformar o Twitter em uma versão americana do chinês WeChat, que, à primeira vista, se parece muito com WhatsApp, mas é muito mais do que uma mera aplicação de mensagens. Ele serve para praticamente tudo, permitindo, por exemplo, enviar dinheiro, ler artigos e até solicitar empréstimos.
Desenvolvido pelo conglomerado chinês Tencent, Weixin foi lançado na China em janeiro de 2011 e, no ano seguinte, já tinha 100 milhões de usuários. Hoje em dia, a plataforma está disponível em 17 línguas. Cerca de 79% da população da China utiliza o WeChat e, por enquanto, ainda não existe nenhum concorrente à sua altura.
O super app engloba muitos recursos e produtos em um único aplicativo
Esse tipo de aplicativo é desenvolvido como uma plataforma para fornecer um ecossistema de mini aplicativos que os usuários (clientes, parceiros ou funcionários) podem escolher para ativar experiências consistentes e personalizadas.
Para explicar esse funcionamento, Gideon Gartner (fundador da Gartner, empresa de consultoria que desenvolve tecnologias que ajudam clientes a tomar decisões diárias), criou uma ótima analogia que compara superaplicativos a canivetes suíços. Com um saca-rolhas, lixa de unha e muito mais embutidos, essas facas servem a vários propósitos e podem ser usadas em várias situações comuns do dia a dia… O mesmo acontece em um ambiente digital.
Os super apps englobam serviços em um único ambiente, com interface responsiva, fazendo com que o usuário consiga resolver várias coisas “sem sair o lugar”. Além de tempo, isso ajuda a economizar espaço nos celulares e diminui as etapas em transações, como transferências bancárias, por exemplo. É como um shopping center portátil, onde podemos fazer compras em lojas, supermercados, pagar contas na lotérica, trocar dinheiro em casas de câmbio etc.
Os super apps e as cidades
Além de otimizar o tempo, os aplicativos ajudam a construir um ecossistema de marca repleto de recursos valiosos que servem como canais complementares para geração de receita. Isso inclui, claro, a autenticação simples do usuário, com login único, rastreamento das preferências ou da utilização do aplicativo.
Afinal, se os consumidores procuram por um produto digital com a maior frequência possível, a melhor maneira de conseguir isso é oferecendo a eles o nível máximo de conveniência digital. E isso, certamente, resvala nas ações, serviços e políticas públicas.
Um exemplo disso é o app Colab.re. Criado em 2013 pelo empreendedor Gustavo Maia para ser uma “rede social da cidadania”, hoje é usado por cerca de 200 mil pessoas e 10 prefeituras brasileiras, permitindo uma gestão pública colaborativa. A plataforma visa aproximar cidadãos de seus governos através de uma ferramenta de tecnologia que dá a possibilidade aos usuários de colaborar com questões do setor público através de publicações de zeladoria urbana, participação em tomadas de decisões e em consultas de avaliação de serviços públicos.
Outros cases brasileiros de super apps
O app Gov.br, criado por desenvolvedores do Governo Federal, deu um up ao fazer integração com vários bancos e instituições e, atualmente, permite ao usuário realizar pagamentos de taxas, documentos, cadastramento em programas sociais ou consultar o status de vacinação em um único lugar.
Já o Bora constrói a ponte entre gestores de políticas públicas e especialistas em busca de oportunidades para desenvolver novos estudos. Criado pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), o app, inclusive, recebeu reconhecimento internacional da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A chave do sucesso de um super app
Está aí, literalmente, o X da questão de Elon Musk. A plataforma do pássaro azul, gerou muito engajamento, retorno e suma importância para a liberdade de expressão, mas os super aplicativos têm a capacidade de gerar um significativo crescimento de geração de leads e, consequentemente, ganhos. Analisando o usuário, é possível entender como ele interage e se relaciona com a cidade.
Desta forma é possível pensar ferramentas para a otimização dos deslocamentos até o fomento de comunidades locais. A evolução tecnológica pode gerar impacto nas dinâmicas urbanas, na economia local e na qualidade de vida dos cidadãos.
Segundo dados de pesquisa do Insider Intelligence, uma pessoa passa em média 5 horas por dia em seus dispositivos móveis. Embora grande parte desse tempo tenha sido dedicado às mídias sociais, aplicativos de transmissão ao vivo e bate-papo com amigos, as estatísticas mostram claramente que os consumidores também adoram fazer compras. Prevê-se, então, que as vendas de m-commerce no varejo cheguem a US$ 534,18 bilhões, ou 40,4% das vendas de comércio eletrônico, até 2024.
Há que se destacar que o Twiiter teve uma força gigantesca no sentido de pressionar líderes, instituições e fomentar discussões. Mas, com o tempo, a sua funcionalidade se limitou mesmo a ser um microblog. E, pelo visto, não é apenas Musk que vislumbra a oportunidade potencial de um superaplicativo.
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