O trânsito urbano de megacidades pode ser afetado positivamente por uma novidade: os táxis aéreos elétricos, conhecidos pela sigla em inglês eVTOL. E a maior cidade brasileira estaria propícia a essa evolução, conforme aponta uma reportagem do jornal inglês The Guardian. Segundo a publicação, São Paulo já tem, de certa forma, cenário propício, pois conta com uma frota de helicópteros responsável por cerca de 1,3 mil voos diários (a maior do mundo). Isso teria motivado a Avolon, fabricante dos eVTOLs, a fechar acordos com empresa brasileira de táxi aéreo.
Com decolagem e pouso vertical elétrico, os novos táxis aéreos devem ampliar o público alvo, incluindo pessoas que hoje não são transportadas pelos serviços tradicionais de helicópteros. A razão? O preço previsto do transporte. A meta é que ele seja de US$ 1 por passageiro a cada milha percorrida
A briga pelo mercado, de acordo com o The Guardian, inclui os potenciais fabricantes de eVTOLs, como a japonesa Honda e a europeia Airbus. Cidades como Paris e Singapura estão no radar, assim como Tóquio, que prevê o uso dos táxis aéreos elétricos e de drones de carga. De acordo com levantamento da Morgan Stanley, o mercado global de eVTOLs vai representar até US$ 1 trilhão em 2040 e os táxis aéreos podem ser também mais ecológicos que os automóveis elétricos.
Uma equipe da Universidade de Michigan calculou que um eVTOL totalmente carregado com três passageiros teria emissões 52% menores do que um carro a gás e 6% menor do que um carro elétrico, dada a ocupação média dos carros, que é de 1,5 pessoas. Um dos modelos de veículos para táxis aéreos elétricos, o VA-X4, da Avolon, por exemplo, tem cinco lugares e emissão zero de gases de efeito estufa. Ele possui uma bateria com autonomia para até 100 milhas e que tem um tamanho entre 20% e 50% das baterias que abastecem os carros elétricos sedãs.
Os “carros voadores” podem ainda representar a apoteose tecnológica da expansão, desencadeando o desenvolvimento de terras imaculadas e até então pouco atraentes por causa das limitações de distância e tempo de viagem. A adoção em massa da nova tecnologia pode, por outro lado, ter consequências indesejadas para o consumo geral de combustível fóssil, mesmo que atraia os motoristas para fora das estradas. A redução do congestionamento pode melhorar o tráfego, na medida que torna a direção mais atraente para pessoas que teriam escolhido outros tipos de locomoção, fenômeno conhecido como demanda induzida.