Zero emissões: florestas não serão o bastante

Captura de carbono é importante, mas mudanças de hábitos e no sistema produtivo deverão ser feitas para futuro zero emissões.

Por Redação em 3 de maio de 2023 2 minutos de leitura

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A meta de zero emissões de gases de efeito estufa está na agenda de todos os países signatários do Pacto Global. No entanto, boa parte dos governos depende do enriquecimento do solo e das florestas para absorver as emissões remanescentes “difíceis de descarbonizar”. Essa estratégia pode representar um risco para a meta global.

Árvores e um solo enriquecido têm importância para regenerar os biomas nacionais, além de ter o efeito de sequestrar carbono da atmosfera. No entanto, para que os cortes do CO2 consigam atingir o zero líquido de emissões, será preciso ter processos que vão além do sequestro. Serão necessários processos de remoção de carbono da atmosfera.

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Com as mudanças climáticas, os solos e florestas são mais vulneráveis a riscos naturais, tornando a dependência unicamente deles um risco para as estratégias de zerar as emissões. De acordo com pesquisa feita pelo The Conversation, de 41 estratégias climáticas de países publicadas antes de 2022, a maioria depende de florestas, solos ou sumidouros naturais para compensar o aumento das emissões de CO2. 

Zero emissões no futuro

Dos processos que absorvem o CO2 de vez da atmosfera, alguns se destacam. Um método de engenharia é a captura e armazenamento direto de carbono no ar (DACCS), que usa reações químicas para retirar o CO2 do ar e bombeá-lo para o subsolo, como o caso de uma startup islandesa que coloca o gás dentro de rochas vulcânicas. 

Outro processo de remoção sintética de carbono é a bioenergia com captura e armazenamento de carbono (BECCS), que captura o CO2 liberado na queima de matéria vegetal (denominado “biomassa”), antes de armazená-lo também no subsolo.

Ambas técnicas dependem da colaboração entre países para crescer, mas apresentam opções para as políticas públicas de mitigação do caos climático. Mitigar a mudança climática requer reduções grandes e rápidas de emissões e o aumento responsável dos métodos de remoção de carbono. É provável que sejam necessários métodos naturais e artificiais

A remoção de carbono deve andar lado a lado da redução de emissões, indicam os especialistas. O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU afirmou que a remoção de carbono será “inevitável” para equilibrar as emissões contínuas de setores “difíceis de descarbonizar”, como aviação e agricultura.