Cidades zero carbono precisam olhar para seus prédios antigos

Cerca de 80% dos edifícios que existem hoje existirão em 2050. É preciso adaptar a eficiência energética deles.

Por Redação em 22 de novembro de 2022 2 minutos de leitura

predios antigos

A busca pela cidade zero carbono passa pelas construções sustentáveis, mas, também, pela adaptação de prédios antigos. Repensar a utilização de energia e de emissão de gases efeito estufa nas construções é uma ação essencial para o futuro das cidades. O assunto foi tema de discussão durante a COP27.

De acordo com o World Economic Forum, cerca de 80% dos edifícios atuais ainda existirão em 2050. Tais construções respondem por até 60% das emissões totais de carbono nas áreas urbanas. 

“É necessária uma ação urgente nas cidades, se os países quiserem atingir as suas metas de missões líquidas zero. No entanto, o modelo estabelecido de demolição de estruturas existentes e reconstrução é difícil de justificar; novas construções trazem seus próprios problemas de carbono, sejam decorrentes de escassez de materiais, sejam de pressões da cadeia de suprimentos global”, indicou o World Economic Forum.

Veja também o episódio 46 do podcast Habitability: Economia de baixo carbono

Retrofit e reúso de materiais

Atualizar a infraestrutura das cidades demanda uma ordem de prioridade. A primeira, segundo o World Economic Forum, é o retrofit, ou adaptação dos edifícios.

Mas reconfigurar a performance energética dos edifícios também é um ponto a ser perseguido na hora de remodelar a infraestrutura.

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Substituir sistemas de refrigeração por ventilações mais eficientes, instalar soluções de energia inteligentes, luzes LED e painéis solares, dentre outras iniciativas, pode controlar o maior impacto de carbono do ambiente construído – o carbono operacional, que vem da energia usada para manter os edifícios funcionando. Os retrofits também podem melhorar a qualidade do ar interno de um edifício e o bem-estar de seus ocupantes

A pressão pode ser grande, mas o retrofitting não precisa acontecer de uma só vez. É um processo complexo e deve considerar uma ampla gama de ações relacionadas ao carbono incorporado, carbono operacional, avaliações de ciclo de vida, redes locais de energia, compensação e gerenciamento de mudanças.

Nos próximos anos, a reutilização de materiais não só será mais econômica, mas também mais procurada. Devido a escassez de material e de espaço, as cidades precisam olhar para as construções que já existem e dar a elas um novo propósito. Para o World Economic Forum, se trata de uma estratégia de resiliência.

COP27: pessoas e prédios

Embora muitos aspectos do retrofit bem-sucedido sejam sobre mudanças físicas na infraestrutura e no design de um edifício, o elemento humano também pesa. Um prédio não é só um amontoado de cimento, tijolo e ferro. Eles são usados pelas pessoas. E ter pessoas utilizando esse espaço é uma parte que pesa contra ou a favor da pegada de carbono da edificação.

Logo, pensar em como ocupar prédios, ou dar novas caras para eles — como o Rio de Janeiro está fazendo no centro da cidade – é um caminho para a cidade zero carbono.