Construção modular dá previsibilidade e capacidade de testes, dizem especialistas

Em debate no Conecta Imobi 2022, especialistas apontam os benefícios de trazer o modelo industrializado de edificações para as obras nacionais.

Por Redação em 30 de setembro de 2022 2 minutos de leitura

construcao modular

A construção modular apresenta uma série de vantagens para o setor, seja por ser mais sustentável ou por ser mais escalável. Por isso, cada vez mais, as empresas brasileiras estão testando o modelo no Brasil. Em debate no Conecta Imobi 2022, evento que aconteceu entre 21 e 22 de setembro em São Paulo, três nomes do setor mostram que o formato tem tudo para crescer ainda mais nos canteiros de obras brasileiros.

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Ana Belizário, Rosane Bevilaqua, Saulo Suassuna e Edvaldo Corrêa (Foto: Reprodução – www.edvaldocorrea.com.br)

“A construção modular é um laboratório de desenvolvimento de tecnologia não só do método construtivo, mas da lógica de parametrização dos projetos. É uma maneira de criar metodologias para trazer mais e mais agilidade para o canteiro de obras”, disse a head da Gerdau Design – área de projetos da gigante do aço – Rosane Bevilaqua.

De acordo com ela, a Gerdau está apoiando empresas de construção modular exatamente com o objetivo de trazer formatos mais testáveis para as edificações, devido ao potencial de escala desse modelo que pode ser replicado, alterado e testado em espaços controlados, com menos riscos e mais rapidez. “Hoje em dia, cada edificação regular é um protótipo. Não existe a repetitividade necessária para saber o que é mais eficiente. No método industrializado o cenário muda. A repetitividade pode trazer espaço para a parametrização e a padronização das obras”, explicou.. 

Construção modular: olha a madeira!

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Para outros especialistas, um dos pontos positivos da construção modular é a capacidade de trazer novos materiais para as edificações. Na opinião de Ana Belizário, head de novos negócios da Urbem – empresa brasileira de madeira engenheirada – a construção modular é um passo na direção da agenda ambiental do setor. “A madeira é um material que captura carbono. A construção modular permite que ela seja mais usada nos edifícios. Não significa deixar de usar concreto, mas colocar mais madeira para equilibrar as emissões de gás carbônico da obra de maneira geral”, disse ela.

Como Rosane, Ana também aponta para o ganho de produtividade do formato de edificar industrializado. “O rendimento do produto, no caso a madeira, pode ser maior por ser em um processo industrial”, comenta. Ao utilizar melhor o material, também evita-se uma outra dor de cabeça para o setor de construção civil: os resíduos. “Não faz sentido a indústria com tanta prosperidade gerar tantos resíduos. Não dá para fechar os olhos. O crescimento do setor terá que vir por meio da tecnologia”, acrescenta.

Flexibilidade e plasticidade

Na visão de Saulo Suassuna, CEO e fundador da Molegolar – startup brasileira focada em construção modular, a edificação offsite traz a capacidade dos prédios se tornarem mais plásticos. “A flexibilidade de se usar os módulos e depois desconectá-los é importante para pensar na longevidade dos projetos”, disse. “A construção modular não é mais uma questão de se, é apenas uma questão de quando”, finalizou Rosane.