Impressão 3D sonora permite criação instantânea de objetos

Criada por pesquisadores canadenses, técnica utiliza ultrassom para fazer impressão direta.

Por Redação em 30 de agosto de 2022 2 minutos de leitura

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A impressão 3D já era uma tendência da tecnologia e agora está ganhando novas técnicas. Cientistas canadenses da Universidade de Concordia, no Canadá, desenvolveram uma plataforma de impressão direta de som, que usa ondas sonoras para produzir novos objetos. Isso mesmo, uma impressão 3D sonora!

A partir da técnica, é possível usar ondas de ultrassom focadas para ajudar o objeto a gerar geometrias complexas em uma resina líquida. Na prática a tecnologia pode ser um empurrão para que produtos sejam criados dentro de espaços confinados – como carros ou, até mesmo, o corpo humano. 

Como funciona a impressão 3D sonora?

Os pulsos de ultrassom, que são usados para criar imagens 2D em exames clássicos que conhecemos, nessa técnica, são utilizados para criar um objeto de resina líquida. Chamado de Direct Sound Printing (DSP), o aparelho não só insere a resina no ponto que precisa, como também solidifica e o molda. Tudo isso remotamente, apenas usando as ondas ultrassônicas. “Frequências ultrassônicas já estão sendo usadas em procedimentos destrutivos como ablação a laser de tecidos e tumores”, disse o professor Muthukumaran Packirisamy, que liderou o estudo junto com o Dr. Mohsen Habibi, em entrevista ao site da Universidade de Concordia . “Queríamos usá-las para criar algo.”

Por que o DSP pode mudar a lógica da impressão 3D?

Os autores acreditam que a versatilidade do DSP beneficiará indústrias que dependem de equipamentos altamente específicos e delicados. Por exemplo, utilizando a técnica, os mecânicos de aeronaves poderiam imprimir partes do avião para fazer um reparo inteligente sem precisar abrir a fuselagem. 

Além disso, é possível que implantes de ossos possam ser impressos em 3D dentro do corpo de um paciente, sem a necessidade de uma cirurgia. O teste dos pesquisadores, inclusive, foi com a impressão de um osso em animais. Eles conseguiram moldar através de um pouco mais de 3 cm de pele, músculo e gordura. “Impressão direta sonora cria a possibilidade de impressão não invasiva e profunda no corpo”, disseram os cientistas no paper publicado na revista Nature.

Além disso, eles ainda testaram o equipamento na produção de objetos como engrenagens. Apesar de o foco dos cientistas ser no uso para a medicina, com resinas biossintéticas, eles abrem a possibilidade de a técnica ser utilizada com outros materiais metálicos e cerâmica, para situações como a construção civil ou a mecânica.