Madeira 3D é impressa sem derrubar uma árvore

Pesquisadores do MIT descobrem forma de imprimir madeira 3D apenas a partir da reprodução de células em gel de hormônios

Por Redação em 31 de janeiro de 2023 2 minutos de leitura

madeira 3d

Com quantas árvores se faz uma canoa? Para os pesquisadores de engenharia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a resposta é: zero. Cientistas do MIT encontraram uma forma de imprimir árvores 3D a partir de células vegetais.

Um estudo publicado na revista Materials Today lançou luz sobre a primeira madeira cultivada em laboratório impressa em 3D do mundo. Por meio dessa pesquisa, o cientista do MIT demonstrou que o desmatamento não é mais necessário para produzir madeira.

Madeira 3D: começa líquida

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Imagem: Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT)

Os pesquisadores conseguiram reproduzir uma madeira personalizável de Zínia Elegans, conhecida por ser uma flor que precisa de bastante luz solar para crescer.  Células comuns de zínia foram primeiro cultivadas em um meio líquido e depois em uma solução em gel. Quase como células-tronco (ou tronco de células). Este último compreendia hormônios e nutrientes.

E, assim, conseguiram usar esse gel como matéria-prima para uma impressão 3D. Na pesquisa, eles alegaram que sua nova abordagem lhes permitiu bio-imprimir peças de madeira de qualquer forma e tamanho. Isso significa que, se você precisar de uma mesa de madeira, poderá produzi-la diretamente das células.

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Hormônios comandam tudo

A partir da concentração de hormônios e nutrientes do gel, eles conseguiram mudar a rigidez, a resistência e a densidade da célula vegetal. Durante os experimentos, o material vegetal que continha altas concentrações hormonais tornou-se rígido.

“No corpo humano, você tem hormônios que determinam como suas células se desenvolvem e como certas características emergem. Da mesma forma, ao alterar as concentrações de hormônios no caldo de nutrientes, as células vegetais respondem de maneira diferente. Apenas manipulando essas pequenas quantidades químicas, podemos provocar mudanças bastante dramáticas em termos de resultados físicos”, disse a pesquisadora principal Ashley Beckwith, ao site Interesting Engineering.

Na prática, isso significa que estamos próximos de fazer produtos de madeira sem precisar cortar árvores. E, em algum momento, até mesmo ajudar a reconstruir aqueles quase 50% de plantações que foram devastadas desde 2015.