Praia do bem: União Europeia abraça projeto de circularidade no Rio

O projeto está chegando à orla carioca com o objetivo de incentivar a redução do consumo de plástico e o turismo sustentável.

Por Redação em 30 de maio de 2023 3 minutos de leitura

praia circular

O Rio de Janeiro ganhou um forte aliado para apoiar a sustentabilidade do turismo de praia: a União Europeia. No último dia 3 de maio, representantes do bloco econômico estiveram no Rio de Janeiro para anunciar a iniciativa União Europeia-Brasil: Soluções para a Economia Circular, cujo foco é a articulação entre os setores público e privado com entidades financeiras para maiores investimentos no setor.

Entre as diversas iniciativas que visam à preservação e à limpeza das praias, como campanhas de conscientização, mutirões de limpeza e parcerias entre empresas e organizações não governamentais, a que chamou a atenção dos Estados-Membros foi o programa Praia Circular, uma parceria entre a Riotur e a Orla Rio, que tem o objetivo de desenvolver o turismo sustentável nas praias cariocas.

Alto verão de 2023 deu destaque ao projeto piloto lançado nas areias da praia

Em janeiro, quando a cidade do Rio de Janeiro, literalmente, fervilha pelo calor e pela presença de muitos turistas, o Praia Circular começou a ser testado. A premissa da ação é relativamente simples: reduzir embalagens plásticas e gerir melhor o lixo jogado nas praias.

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Foto: Alexandre Macieira / Riotur via Flickr

A cidade, então, abraçou a ideia, visando a sustentabilidade, a economia circular e, obviamente, os ganhos para o futuro. O projeto foi desenvolvido pelo Recicla Orla, da Orla Rio e Polen, com o programa “Plásticos Circulares nas Américas”, da União Europeia, com apoio da Riotur.

A essas instituições cabe engajar parceiros comerciais, inclusive quem trabalha nas areias, para que adotem boas práticas e novos modelos de negócios, com base na redução do uso e na substituição do plástico. Também foi ampliada a coleta desses resíduos, para correto encaminhamento à reciclagem.

A coordenação das ações em toda a rede de empresas privadas do entorno das praias, como hotéis, restaurantes, quiosques e barracas, além de prestadores de serviços, está a cargo da Riotur. Durante a vigência do projeto, todos os envolvidos terão que fornecer copos sustentáveis e apoio educacional aos usuários das praias. Além disso, haverá análise das areias em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

Programa visa à circularidade de materiais

Ao site da colunista carioca, Lu Lacerda, João Marcello Barreto, presidente da Orla Rio, garante que o Praia Circular é uma revolução na maneira como os resíduos das praias e seu entorno são tratados. “É possível realizar tudo isso de forma consciente, gerando empregos e estimulando o turismo. Basta que os empresários se unam, façam parcerias para proporcionar ao turista e ao carioca qualidade em entretenimento, gastronomia e serviço, que os façam retornar para o local mais democrático e livre que existe: a praia”, disse.

Com o sucesso da empreitada, a União Europeia – que desde 2022 já apoiava o Brasil em sua transição para a economia circular do plástico através do The Circular Plastics in the Americas Program (CPAP) – resolveu investir mais recursos para a implementação do Praia Circular. A iniciativa dá sequência a um processo de inovação, que identificou os desafios da cidade em relação à cadeia de produção, consumo e gestão dos plásticos.

Ações simples podem causar um grande impacto a longo prazo

Em março, foi colocada em prática a primeira ação em parceria com os europeus. Uma máquina de água no Posto 4 da orla da turística e emblemática Copacabana foi instalada para que os banhistas cariocas e turistas encham as suas garrafas e consumam água potável, gelada e de qualidade com baixo custo, evitando, assim, o descarte inadequado de plástico. Quem já teve que comprar na praia uma água de procedência duvidosa vendida em isopor e por um preço caríssimo, sabe bem o valor de poder beber algo certificado pelo Inmetro pagando R$ 1 a cada 500ml.

Com a adesão popular e o sucesso entre os usuários, já existe a previsão de que o projeto chegue em maio ao Posto 3. A duração das atividades será de um ano.