Assinada pelo designer francês Mathieu Lehanneur, tocha olímpica inspirada no rio Sena representa Paris, equidade e paz.
O Rio Sena foi a inspiração da tocha olímpica, um dos símbolos mais icônicos dos próximos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Com design assinado pelo designer francês Mathieu Lehanneur, o objeto é uma mistura de influências da natureza e alta tecnologia.
Com um anel dourado que separa o topo liso e a parte de baixo esculpida, a tocha é feita de aço leve e fino, para redução de materiais e para otimização do transporte, e conta com uma simetria que só é vista nos ambientes tecnológicos. Cada parte do objeto de 70 centímetros representa uma ideia, sendo as principais: a cidade de Paris, equidade e paz.
A simetria simboliza a equidade, tanto entre homens e mulheres – será a primeira vez que os jogos terão o mesmo número de atletas feminino e masculino -, como entre os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Já as curvas e as linhas arredondadas representam paz e gentileza.
A água inspirou os efeitos de onda, 3D e vibração do Torch, que reproduzem suas ondulações e movimentos, além dos reflexos da luz em sua superfície, que também permite que o artefato se “integre” à natureza, na medida em que reflete tudo a sua volta. Isso porque, segundo o Comitê Olímpico Organizador das Olimpíadas de Paris 2024, a água vai ocupar um lugar especial na programação da tocha, que vai passar pelo Mar Mediterrâneo, além de atravessar o Atlântico, o Pacífico e o Oceano Índico, antes de chegar à cerimônia de abertura. Esta, por sua vez, será feita às margens do rio Sena. É a primeira vez que uma celebração deste tipo não vai acontecer dentro de um estádio esportivo, mas imerso na cidade.
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Em entrevista ao site Paris Design Agenda, Lehanneur explica que, na sua concepção, o design serve para melhorar a vida. “Você pode viver sem, mas sua vida será muito mais bonita e melhor [com design]”, atestou o artista.
A sustentabilidade marca presença desde o material. O aparato formado por 10 diferentes componentes é feito de aço reciclado pela AcellorMittal, com baixa emissão de carbono. Todo o processo, da formação do aço até a montagem final da tocha (que ocorre em um ourives na Normandia) é feito em solo francês. Além disso, serão produzidas apenas 2 mil tochas olímpicas. Em edições anteriores, foi produzido quase o triplo desta quantidade.
A tecnologia também faz parte da filosofia de trabalho de Lehanneur, que tem escritórios em Paris e Nova Iorque e é conhecido por móveis sustentáveis que misturam materiais orgânicos e tecnológicos. Conforme informou matéria da Folha de S. Paulo, ele desenhou postes de luz movidos a energia solar para a Conferência do Clima de Paris de 2015, uma bicicleta elétrica dobrável e um sistema de filtração centrado por plantas em parceria com a Universidade Harvard.
No ano passado, o criador da tocha para os jogos olímpicos de Paris de 2024 apresentou a instalação “The Inventory of Life” para o museu La Triennale, em Milão. A partir de esculturas de alumínio, quadros e cenários, o artista criou formas diferentes para mostrar dados populacionais. São informações sobre o aumento do nível do mar e sobre a maneira que as pessoas veem o mundo, todos compilados de organizações mundiais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Como a tocha olímpica, o inventário tem um design que parece austero, mas encapsula conhecimentos digitais.
