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Sai da frente! Paris proíbe patinetes elétricos compartilhados
Ação decidida em plebiscito em Paris retira 15 mil patinetes elétricos de circulação e gera questionamentos sobre segurança das pessoas.
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Redação em 20 de abril de 2023 3minutos de leitura
Paris deixará de ter patinetes elétricos e e-scooters compartilhadas em suas ruas. A capital francesa é a primeira grande cidade da Europa a banir completamente serviços de micromobilidade compartilhada. A decisão foi tomada em plebiscito, mas gera controvérsias entre o público.
Segundo a rádio francesa BFM, 400 mil clientes serão penalizados com o fim do serviço dos patinetes, e mais ou menos 15 mil dos aparelhos serão retirados de circulação. As e-scooters poderão ser usadas ainda na cidade, mas apenas para uso privado.
O principal motivo para que 89% dos votantes do plebiscito tenham escolhido retirar os patinetes de Paris é a segurança. O número de acidentes na cidade aumentou de 247, nos primeiros 8 meses de 2021, para 337, durante o mesmo período de 2022. Esse aumento de acidentes está no contexto de uma regulamentação mais rígida, imposta pela cidade em 2020. Desde a introdução das scooters em 2018, a cidade limitou os operadores a três, reduziu a velocidade máxima para 20 km/hora e impôs zonas de estacionamento para as scooters.
Paris e patinetes elétricos: um caso contra
Antes da proibição, era possível ver usuários de patinetes elétricos subindo e descendo os bulevares parisienses, voltados apenas para pedestres, na contramão. Além de deixarem os patinetes abandonados nas calçadas, o que gera outras centenas de inconveniências para quem transita por esses espaços.
A frustração da prefeitura, no entanto, é a impossibilidade de realizar campanhas de educação e prevenção de acidentes em patinetes compartilhados. O debate também foi uma distração de projetos que aliviariam o congestionamento e ampliariam Paris, estendendo estradas e ferrovias para áreas vizinhas sete vezes maiores do que a cidade atual. São grandes ganhos que dependem do investimento em transporte público, não da experimentação tecnológica em áreas turísticas centrais.
Mobilidade urbana questiona
Em 2020, Paris traçou a meta de se tornar uma cidade de 15 minutos, ou seja, um espaço urbano pensado para a micromobilidade. “À primeira vista, as e-scooters são uma grande parte dessa estratégia. Rápidas, silenciosas e significativamente mais sustentáveis do que um veículo particular, elas parecem um ingrediente óbvio para a cidade de 15 minutos, assim como bicicletas ou outras pequenas soluções de transporte elétrico”, afirmou o especialista da RISE Mobility & Systems, Joshua Bronson .
“O ponto de interrogação que agora paira sobre as e-scooters é sobre segurança. Poderia ser formulado como uma pergunta: as e-scooters têm benefícios, mas a que custo?”, comenta Bronson. Alguns especialistas indicam que Paris poderia garantir a segurança dos cidadãos sem, necessariamente, banir os veículos. A cidade poderia exigir capacetes, por exemplo.
Outro questionamento colocado é que apenas 100 mil eleitores participaram do plebiscito, algo menor do que 10% dos cidadãos. Cidades bem projetadas que dependem menos de carros precisarão de mais cooperação política aos níveis local e regional. O ponto que grita na decisão de Paris é: uma cidade de 15 minutos precisa ser confortável para as necessidades dos 15 milhões de habitantes.
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