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Terrenos no metaverso: já garantiu o seu?
Compra e venda de terrenos no metaverso já movimentou US$ 501 milhões em 2021. Mas o que isso quer dizer?
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Redação em 25 de fevereiro de 2022 4minutos de leitura
O metaverso deixou de ser uma palavra apenas do mundo da tecnologia e chegou de vez ao mercado imobiliário. Apenas em 2021, as vendas de terrenos no metaverso, ou seja, de áreas digitais dentro de sites e jogos, somaram US$ 501 milhões, de acordo com a MetaMetric Solutions. E a projeção é que para 2022 as transações possam chegar a US$ 1 bilhão, podendo remodelar o mercado imobiliário. Segundo a CNBC, apenas em janeiro de 2022, as vendas dentro de plataformas digitais foi de US$ 85 milhões. De acordo com a Brandessence Market Research, o chamado “digital real estate”, ou mercado imobiliário digital, deve crescer 31% ao ano, entre 2022 e 2028.
Para entender o que tudo isso significa é necessário compreender três pontos principais: o que, de fato, são terrenos digitais; onde eles estão; e como eles são vendidos. Confira a seguir!
O que são terrenos no metaverso?
Metaverso é o nome dado a um espaço digital imersivo, com gráficos em 3D e uma lógica parecida com a do mundo físico, transposta para o digital. Ou seja, no metaverso as pessoas podem andar, conversar, comprar produtos, jogar, como fazem em uma cidade normal. É um conceito digital (e online) de habitar. Dessa forma, ele também tem os seus “terrenos”.
O termo ficou “famoso” no final do ano passado, quando o Facebook mudou o nome da empresa para Meta, indicando que eles também estão de olho nesse universo. Mas, o mercado já possui empresas atuantes. As quatro principais são Sandbox, Decentraland, Axie Infinity e Sonmnium. Há também a OpenSea, que funciona quase como um marketplace de contratos de terrenos digitais.
Para todos os efeitos, quando se fala em “terrenos no metaverso”, na maioria das vezes, faz-se referência aos “pedaços de pixels” na Sandbox (que detém 62% do mercado de real estate virtual) e da Decentraland. Ambas plataformas operam como jogos, com cidades virtuais de tamanho finito. Em outras palavras: com um número exato de “parcels”, que podem ser traduzidos em metros quadrados. Por terem espaços limitados em seus mundos digitais, e porque eles se propõem ser mais do que jogos, mas lugares de passagem de pessoas (mesmo que online), essas plataformas separaram as áreas em pequenos lotes digitais (o tal do “virtual real estate”).
Samir Kerbage, CTO da fintech Hashdex, disse em entrevista à CNN que a existência e a negociação de terrenos digitais já existe há mais de 10 anos, mas, hoje em dia, com as tecnologias de blockchain, é possível conectar realidade virtual com registros seguros de posse, exatamente como é feito em terrenos reais.
Terrenos no metaverso: tamanho, localização e preços
Os valores do “metro quadrado” digital chamam atenção, mas as variáveis para a precificação seguem a mesma base das usadas nos terrenos físicos: tamanho e localização.
Recentemente, a startup Ei.Ventures, por exemplo, comprou 144 “parcelas” de terreno virtual na The Sandbox por US$ 2,2 milhões, sendo cada parcela equivalente a 96 m². Ou seja, uma área equivalente a quase 14 mil m², onde eles pretendem criar uma espécie de cidade da marca. Em novembro de 2021, o Metaverse Group pagou o equivalente a R$ 13 milhões por 116 “parcelas” de terreno na Decentraland, o distrito da moda da cidade virtual, em que cada parcela equivale a 15 m². Até a conhecida consultoria PwC comprou um imóvem virtural na Sandbox por US$ 10 mil, no ano passado. Segundo a revista Exame, o preço mínimo atual para comprar uma parcela de terra é de R$ 60 mil.
Os tamanhos dos lotes são diferentes em cada plataforma. A Decentraland, por exemplo, tem uma área total de 90,6 mil parcels, o equivalente a 14,66 bilhões de m² ou, como informou o Blocktrends: 9,6 vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Um tamanho que oferece suas limitações, considerando que a plataforma é aberta para pessoas do mundo inteiro. Já na Sandbox há mais espaço e lugares mais famosos – como uma cidade da série Walking Dead, uma área da Atari ou a casa virtual do rapper Snoop Dog.
Terrenos no metaverso e a importância dos NFTs
Os Non-Fungible Tokens (NFTs) são registros únicos e digitais feitos a partir de blockchain. As características de cada token são exclusivas e não podem ser trocadas entre si. Por isso, esse tipo de contrato tem sido bastante usado para criar um “selo digital” para venda de obras de arte e também de terrenos no metaverso. É como se fosse um número único e mundial de registro do objeto.
Mas eles não têm sido usados apenas para garantir a venda de terrenos digitais, como também para transformar imóveis reais em um ativo que pode ser listado para trading no mercado digital. Como o que aconteceu em 2020 com a “real estate token offering” para um imóvel de Berlim feito pela Black Manta Capital, ou seja, uma oferta de token digital ligado a um imóvel físico. Ao criar os tokens do espaço real, a Black Manta Capital conseguiu criar “fatias” de 500 euros para serem comercializadas.
Os NFTs são vendidos através de criptomoedas próprias das plataformas de cada metaverso ou usando a Ether – uma criptomoeda da rede Ethereum, na qual a maioria dos NFTs é registrado. Assim, eles são usados como papéis de investimentos ou ações, cujos valores flutuam de acordo com o mercado de criptomoedas e da própria valorização de cada metaverso.
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